O resgate do saber das comunidades locais na melhoria da qualidade do ensino de Ciências Naturais do 1º Grau do nível primário em Moçambique.
Título
O resgate do saber das comunidades locais na melhoria da qualidade do ensino de Ciências Naturais do 1º Grau do nível primário em Moçambique.
O resgate do saber das comunidades locais na melhoria da qualidade do ensino de Ciências Naturais do 1º Grau do nível primário em Moçambique.
Autor
Jó Antonio Capece
Jó Antonio Capece
Orientação
Fernando José de Almeida
Fernando José de Almeida
Instituição
PUC-SP
PUC-SP
Grau de Titulação
Doutorado
Doutorado
Unidade / Setor
Faculdade de Educação
Faculdade de Educação
Ano
2001
2001
Cidade / UF
São Paulo/SP
São Paulo/SP
Dependência Administrativa:
Privada
Privada
Resumo
Este trabalho procura introduzir um olhar crítico e sugerir uma nova perspectiva para o processo de ensino e aprendizagem em Moçambique, mormente no que concerne à disciplina de Ciências Naturais, disciplina essa que se leciona no ensino primário do primeiro grau. Ao longo dos anos de experiência de docência, fui constatando que o processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Ciências Naturais tem sido conduzido duma forma descontextualizada, isto é, sem tomar em consideração as experiências culturais disponíveis na comunidade e aquelas que os alunos individualmente trazem para a sala de aula. Tomando como referência as obras "Pedagogia do oprimido" e "Pedagogia da autonomia", de Paulo Freire; "A escola e cultura", de Jean-Claude Forquin; "A interpretação das culturas" e "O saber local", de Clifford Geertz; e "Etnometodologia", de Alain Coulon, a presente pesquisa assumiu a "empreitada" do resgate dos saberes locais para o currículo oficial, uma vez que a sua proposta vai na linha de apropriação dos aspectos da vida quotidiana das comunidades. Tratou-se, portanto, de questionar e problematizar o processo de ensino e aprendizagem moçambicano, uma vez que se tomou como pressuposto que os currículos aí usados se mostravam desvinculados da realidade cultural do aluno. Perante esta constatação, fiz uma pesquisa empírica, escolhendo como "caso" duas comunidades da Beira e três do Dondo, com a intenção de perscrutar a sabedoria arraigada nos seus afazeres do dia-a-dia, e indicativos de possíveis adequações curriculares. Dessa auscultação, constatei que os saberes que as comunidades locais detêm, quando bem sistematizados, podem e devem ser apropriados e socializados para o currículo oficial. Ou seja, os saberes locais possuem elementos e têm uma intencionalidade que são de grande valor e que podem e devem ser resgatados para o saber escolar. Por conseqüência, torna-se urgente que a Formação de Educadores, mormente no que diz respeito ao Ensino Primário do Primeiro Grau e na disciplina de Ciências Naturais, contemple a possibilidade de apropriação desta riqueza cultural e a-científica que está presente, às vezes de forma latente nessas comunidades. É minha convicção que, na Formação de Educadores, deve haver espaço para a criação duma metodologia que leve o educador ao "garimpo", à procura dos saberes locais junto às comunidades, de forma que seja capaz de "apreender" o que existe de universal no saber local, convertendo-o em saber escolar.
Este trabalho procura introduzir um olhar crítico e sugerir uma nova perspectiva para o processo de ensino e aprendizagem em Moçambique, mormente no que concerne à disciplina de Ciências Naturais, disciplina essa que se leciona no ensino primário do primeiro grau. Ao longo dos anos de experiência de docência, fui constatando que o processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Ciências Naturais tem sido conduzido duma forma descontextualizada, isto é, sem tomar em consideração as experiências culturais disponíveis na comunidade e aquelas que os alunos individualmente trazem para a sala de aula. Tomando como referência as obras "Pedagogia do oprimido" e "Pedagogia da autonomia", de Paulo Freire; "A escola e cultura", de Jean-Claude Forquin; "A interpretação das culturas" e "O saber local", de Clifford Geertz; e "Etnometodologia", de Alain Coulon, a presente pesquisa assumiu a "empreitada" do resgate dos saberes locais para o currículo oficial, uma vez que a sua proposta vai na linha de apropriação dos aspectos da vida quotidiana das comunidades. Tratou-se, portanto, de questionar e problematizar o processo de ensino e aprendizagem moçambicano, uma vez que se tomou como pressuposto que os currículos aí usados se mostravam desvinculados da realidade cultural do aluno. Perante esta constatação, fiz uma pesquisa empírica, escolhendo como "caso" duas comunidades da Beira e três do Dondo, com a intenção de perscrutar a sabedoria arraigada nos seus afazeres do dia-a-dia, e indicativos de possíveis adequações curriculares. Dessa auscultação, constatei que os saberes que as comunidades locais detêm, quando bem sistematizados, podem e devem ser apropriados e socializados para o currículo oficial. Ou seja, os saberes locais possuem elementos e têm uma intencionalidade que são de grande valor e que podem e devem ser resgatados para o saber escolar. Por conseqüência, torna-se urgente que a Formação de Educadores, mormente no que diz respeito ao Ensino Primário do Primeiro Grau e na disciplina de Ciências Naturais, contemple a possibilidade de apropriação desta riqueza cultural e a-científica que está presente, às vezes de forma latente nessas comunidades. É minha convicção que, na Formação de Educadores, deve haver espaço para a criação duma metodologia que leve o educador ao "garimpo", à procura dos saberes locais junto às comunidades, de forma que seja capaz de "apreender" o que existe de universal no saber local, convertendo-o em saber escolar.
Palavras Chave
ensino de ciências naturais.
ensino de ciências naturais.
Classificações
Nível escolar
1ª a 4ª Série do EF
1ª a 4ª Série do EF
Área do conteudo
Biologia
Biologia
Foco Temático
Currículos e Programas
Currículos e Programas