Avaliação da Aprendizagem em Química: concepções de ensino-aprendizagem que fundamentam esta prática.
Título
Avaliação da Aprendizagem em Química: concepções de ensino-aprendizagem que fundamentam esta prática.
Avaliação da Aprendizagem em Química: concepções de ensino-aprendizagem que fundamentam esta prática.
Ensino de Ciências (Modalidades Física, Química e Biologia).
Autor
Marina Miyuki Akutagawa Tacoshi
Marina Miyuki Akutagawa Tacoshi
Orientação
Carmen Fernandez
Carmen Fernandez
Instituição
USP
USP
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Unidade / Setor
Interunidades
Interunidades
Ano
2008
2008
Cidade / UF
São Paulo/SP
São Paulo/SP
Dependência Administrativa:
Estadual
Estadual
Resumo
A avaliação possui um papel importante no processo de ensino-aprendizagem e sua prática deveria estar de acordo com os objetivos educacionais, contribuindo assim na sua obtenção. A avaliação das aprendizagens tem reconhecida capacidade de modificar o currículo, daí a importância do seu estudo. A forma como a avaliação se organiza e se desenvolve não é independente das concepções de ensino-aprendizagem apresentadas pelo professor e pode ter influência na representação que os alunos fazem da ciência e na aprendizagem da ciência. Neste trabalho, apresentamos o resultado de um estudo de caso realizado com dez professores de Química em exercício, atuantes em escolas públicas e particulares e também participantes do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo. Nossos dados estão baseados em entrevistas semi-estruturadas realizadas com estes professores e análises de documentos desenvolvidos pelos professores e suas respectivas escolas, a saber: planejamento de ensino anual, projeto político pedagógico e avaliações. As respostas às entrevistas foram categorizadas e relacionadas a modelos didáticos conforme descritos na literatura por: transmissão/assimilação, descobrimento e construtivista. Os projetos políticos pedagógicos e os planejamentos foram categorizados de acordo com a literatura em ênfase em Educação Geral e em Química e, dentre estas, ainda em sub-categorias. As provas elaboradas pelos professores foram categorizadas em produtivas e reprodutivas, utilizando características descritas na literatura. As concepções de ensino-aprendizagem inferidas dos discursos dos professores, bem como as concepções expressas nos documentos que definem suas práticas (planejamentos de ensino e projetos políticos pedagógicos) mostram-se bastante coerentes com as direções sugeridas pelas reformas curriculares, expressando modelos de ensino centrados no aluno, e enfatizando aspectos relacionados à valorização do desenvolvimento dos estudantes e do processo de aprendizagem. Nosso estudo revela, entretanto, que as ações em sala de aula, ao menos no que se refere ao processo de avaliação, contrastam com tais idéias. A análise sistemática dos objetivos e da metodologia do processo avaliativo utilizada pelos professores investigados revela-se coerente com uma prática de ensino centrada no conteúdo químico e voltada principalmente à transmissão/assimilação e sugerem que a avaliação praticada pelos professores tem um papel predominantemente certificativo. Tal contradição pode comprometer a representação de ciência e como se aprende ciência, uma vez que, por este modelo de transmissão, a nota da prova e o que se solicita nela servem de referencial para o aluno. A compreensão das funções que a avaliação pode assumir não ocorre espontaneamente sendo necessário a intervenção através de formação contínua, onde se faça a correlação entre a concepção de ensino-aprendizagem, o modelo didático a ser empregado e a avaliação da aprendizagem mais adequada.
A avaliação possui um papel importante no processo de ensino-aprendizagem e sua prática deveria estar de acordo com os objetivos educacionais, contribuindo assim na sua obtenção. A avaliação das aprendizagens tem reconhecida capacidade de modificar o currículo, daí a importância do seu estudo. A forma como a avaliação se organiza e se desenvolve não é independente das concepções de ensino-aprendizagem apresentadas pelo professor e pode ter influência na representação que os alunos fazem da ciência e na aprendizagem da ciência. Neste trabalho, apresentamos o resultado de um estudo de caso realizado com dez professores de Química em exercício, atuantes em escolas públicas e particulares e também participantes do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo. Nossos dados estão baseados em entrevistas semi-estruturadas realizadas com estes professores e análises de documentos desenvolvidos pelos professores e suas respectivas escolas, a saber: planejamento de ensino anual, projeto político pedagógico e avaliações. As respostas às entrevistas foram categorizadas e relacionadas a modelos didáticos conforme descritos na literatura por: transmissão/assimilação, descobrimento e construtivista. Os projetos políticos pedagógicos e os planejamentos foram categorizados de acordo com a literatura em ênfase em Educação Geral e em Química e, dentre estas, ainda em sub-categorias. As provas elaboradas pelos professores foram categorizadas em produtivas e reprodutivas, utilizando características descritas na literatura. As concepções de ensino-aprendizagem inferidas dos discursos dos professores, bem como as concepções expressas nos documentos que definem suas práticas (planejamentos de ensino e projetos políticos pedagógicos) mostram-se bastante coerentes com as direções sugeridas pelas reformas curriculares, expressando modelos de ensino centrados no aluno, e enfatizando aspectos relacionados à valorização do desenvolvimento dos estudantes e do processo de aprendizagem. Nosso estudo revela, entretanto, que as ações em sala de aula, ao menos no que se refere ao processo de avaliação, contrastam com tais idéias. A análise sistemática dos objetivos e da metodologia do processo avaliativo utilizada pelos professores investigados revela-se coerente com uma prática de ensino centrada no conteúdo químico e voltada principalmente à transmissão/assimilação e sugerem que a avaliação praticada pelos professores tem um papel predominantemente certificativo. Tal contradição pode comprometer a representação de ciência e como se aprende ciência, uma vez que, por este modelo de transmissão, a nota da prova e o que se solicita nela servem de referencial para o aluno. A compreensão das funções que a avaliação pode assumir não ocorre espontaneamente sendo necessário a intervenção através de formação contínua, onde se faça a correlação entre a concepção de ensino-aprendizagem, o modelo didático a ser empregado e a avaliação da aprendizagem mais adequada.
Palavras Chave
currículo, formação de professores de Química.
currículo, formação de professores de Química.
Classificações
Nível escolar
Ensino Médio
Ensino Médio
Área do conteudo
Química
Química
Foco Temático
Currículos e Programas
Currículos e Programas