Aulas de Ciências Naturais: Interações discursivas e construção de conhecimentos.

Autor
Neusa Andreolla

Orientação
Neiva Ignês Grando

Grau de Titulação
Mestrado

Unidade / Setor
Faculdade de Educação

Cidade / UF
Passo Fundo/RS

Dependência Administrativa:
Privada

Resumo
Este trabalho tem por objeto as aulas de ciências naturais desenvolvidas numa turma de quinta série do ensino fundamental de uma escola pública municipal de Passo Fundo/RS. Com base no pressuposto de que a pesquisa da própria prática possibilita a reflexão crítica da ação pedagógica e sua conseqüente reconstrução, decidiu-se observar as aulas de ciências naturais, falar/pensar sobre elas na condição de professora-pesquisadora. Assumindo que é na dinâmica interativa que os significados são elaborados, o estudo enfoca o processo de ensino-aprendizagem do conhecimento escolar no contexto intersubjetivo de sala de aula, dando destaque à relação entre discurso e conhecimento. Mais especificamente, objetiva-se compreender o modo como os processos interativos e dialógicos entre os estudantes e a professora e entre os próprios estudantes interferem, marcam, diversificam ou constituem o processo de elaboração coletiva do conhecimento no espaço social de sala de aula. Com base nos pressupostos da teoria histórico-cultural de Vygotsky e da teoria da enunciação de Bakhtin, analisam-se os trabalhos escritos elaborados pelos estudantes e oito seqüências discursivas que compõem o episódio de ensino relacionado à construção de um modelo de representação químico-molecular da água. As análises tornaram visível a multiplicidade de sentidos presentes nas concepções dos estudantes, o movimento de restrição de sentidos e de ressignificação que acontece no espaço social de sala de aula e os diferentes modos de participação dos sujeitos na elaboração do conhecimento intersubjetivo. Com base nessas análises, infere-se que o processo de elaboração conjunta do conhecimento na sala de aula envolve um diálogo entre os discursos cotidianos e o discurso científico-escolar, no qual a linguagem tem tanto uma função comunicativa de transmitir significados como uma função constitutiva de novas formas de pensar e significar. Além disso, ressalta-se a importância da pesquisa da própria prática no processo de produção de novos conhecimentos, capazes de ampliar o grau de compreensão do fenômeno educativo, bem como de possibilitar ao professor a reflexão e modificação consciente de sua prática pedagógica.

Palavras Chave
ensino-aprendizagem, ensino de ciência, currículo, interações discursivas, prática pedagógica.