O ABC na educação científica mão na massa: construindo uma proposta de avaliação educacional com base em pesquisa sobre a implementação do projeto.
Título
O ABC na educação científica mão na massa: construindo uma proposta de avaliação educacional com base em pesquisa sobre a implementação do projeto.
O ABC na educação científica mão na massa: construindo uma proposta de avaliação educacional com base em pesquisa sobre a implementação do projeto.
Autor
Sandra Maria Joaquim Azevedo
Sandra Maria Joaquim Azevedo
Orientação
Danielle Grynszpan
Danielle Grynszpan
Instituição
FIOCRUZ
FIOCRUZ
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Ano
2006
2006
Cidade / UF
Rio de Janeiro/RJ
Rio de Janeiro/RJ
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
Na década de 50 do último século, o ensino de ciências era considerado por educadores como sendo livresco e sem experimentos. O Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), era associado a UNESCO, de forma que a renovação no ensino, que se iniciou nos EUA a partir de 1956, teve influência no Brasil. Assim, livros didáticos com ênfase na experimentação e no raciocínio foram traduzidos por José Reis, Jayme Tiomno e José Leite Lopes, pioneiros das Ciências no Brasil. Também os novos currículos de ciências americanos e ingleses foram traduzidos para o português e realizados cursos de formação de professores de ciências para preparar os professores daqui para as mudanças propostas. Em 1963, através de parcerias entre a UNESCO, IBECC e Universidade de São Paulo foi iniciado o projeto piloto de Ensino de Física para produzir um novo curso para o ensino médio, com tecnologia educacional moderna e ênfase experimental. A partir de 1969, novos currículos de ciências para o ensino médio foram desenvolvidos por professores brasileiros, mais adequados às condições do país. Como parte deste movimento de renovação, em meados da década de 60 também foram criados Centros de Ciências para desenvolver materiais didáticos e “treinar” professores em Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. A partir de 1980, foram fundados outros centros, sendo que hoje há cerca de 100 em todo o país. Este esforço pela melhoria do ensino das ciências inicialmente se concentrou no ensino médio, gradualmente se estendendo aos níveis anteriores, onde há hoje um professor específico de Ciências com formação de ensino superior no chamado segundo segmento do ensino fundamental. Pouca influência receberam, entretanto, as primeiras séries, nas quais o professor sempre foi polivalente, ou seja, responsável por ensinar todos os assuntos. A formação destes docentes era somente de nível médio (Escola Normal) apresentando formação científica deficitária e, paradoxalmente, a renovação do ensino de ciências não os alcançou. Conseqüentemente, não se sentiam seguros para ensinar assuntos das Ciências, nem para realizar experimentos ou investigações com os alunos – e talvez isto tenha contribuído, para o fracasso deste movimento em prol da melhoria do ensino. As discussões travadas ao longo deste trabalho permitiram concluir que um projeto como o “ABC na Educação Científica – Mão na Massa” é uma forma de educar, por meio da pesquisa proporcionando contribuições pedagógicas e servindo como alternativa para promover melhorias no ensino tradicional de Ciências. Os resultados deste estudo sugerem a propriedade de uma abordagem avaliativa que se beneficie tanto de dados quantitativos como qualitativos para acompanhar um processo educacional. Dados absolutamente quantitativos, como os resultados de exames, não são suficientes como base para análises ou para orientar decisões relativas à condução de um trabalho cotidiano de longo prazo. Reflexões baseadas nas concepções apresentadas por [Steban, 1982], [Perrenoud, 1999], [Davis, 2002] e [Grynszpan, 2002] levaram a concluir que mais importante do que um grau escolar é o que se busca avaliar no projeto “ABC na Educação Científica - Mão na Massa: pesquisar se um ensino de ciências, seguindo uma metodologia investigativa característica deste trabalho, pode deslanchar um processo que leve a um alfabetismo científico. Importante é compreender que o conceito de alfabetismo científico pode ser traduzido como um letramento incessante que pode colaborar para a utilização do saber científico no sentido da aquisição de uma postura crítica que favoreça o desenvolvimento da cidadania na sociedade e de uma cultura científica interdisciplinar que impulsione o compromisso humanista dos que têm acesso ao saber. O projeto colaborou, especialmente, para as interações dentro da sala-de-aula e a partir da escola, contribuindo para a diminuição dos preconceitos e maior inclusão dos alunos provenientes de famílias iletradas.
Na década de 50 do último século, o ensino de ciências era considerado por educadores como sendo livresco e sem experimentos. O Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), era associado a UNESCO, de forma que a renovação no ensino, que se iniciou nos EUA a partir de 1956, teve influência no Brasil. Assim, livros didáticos com ênfase na experimentação e no raciocínio foram traduzidos por José Reis, Jayme Tiomno e José Leite Lopes, pioneiros das Ciências no Brasil. Também os novos currículos de ciências americanos e ingleses foram traduzidos para o português e realizados cursos de formação de professores de ciências para preparar os professores daqui para as mudanças propostas. Em 1963, através de parcerias entre a UNESCO, IBECC e Universidade de São Paulo foi iniciado o projeto piloto de Ensino de Física para produzir um novo curso para o ensino médio, com tecnologia educacional moderna e ênfase experimental. A partir de 1969, novos currículos de ciências para o ensino médio foram desenvolvidos por professores brasileiros, mais adequados às condições do país. Como parte deste movimento de renovação, em meados da década de 60 também foram criados Centros de Ciências para desenvolver materiais didáticos e “treinar” professores em Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. A partir de 1980, foram fundados outros centros, sendo que hoje há cerca de 100 em todo o país. Este esforço pela melhoria do ensino das ciências inicialmente se concentrou no ensino médio, gradualmente se estendendo aos níveis anteriores, onde há hoje um professor específico de Ciências com formação de ensino superior no chamado segundo segmento do ensino fundamental. Pouca influência receberam, entretanto, as primeiras séries, nas quais o professor sempre foi polivalente, ou seja, responsável por ensinar todos os assuntos. A formação destes docentes era somente de nível médio (Escola Normal) apresentando formação científica deficitária e, paradoxalmente, a renovação do ensino de ciências não os alcançou. Conseqüentemente, não se sentiam seguros para ensinar assuntos das Ciências, nem para realizar experimentos ou investigações com os alunos – e talvez isto tenha contribuído, para o fracasso deste movimento em prol da melhoria do ensino. As discussões travadas ao longo deste trabalho permitiram concluir que um projeto como o “ABC na Educação Científica – Mão na Massa” é uma forma de educar, por meio da pesquisa proporcionando contribuições pedagógicas e servindo como alternativa para promover melhorias no ensino tradicional de Ciências. Os resultados deste estudo sugerem a propriedade de uma abordagem avaliativa que se beneficie tanto de dados quantitativos como qualitativos para acompanhar um processo educacional. Dados absolutamente quantitativos, como os resultados de exames, não são suficientes como base para análises ou para orientar decisões relativas à condução de um trabalho cotidiano de longo prazo. Reflexões baseadas nas concepções apresentadas por [Steban, 1982], [Perrenoud, 1999], [Davis, 2002] e [Grynszpan, 2002] levaram a concluir que mais importante do que um grau escolar é o que se busca avaliar no projeto “ABC na Educação Científica - Mão na Massa: pesquisar se um ensino de ciências, seguindo uma metodologia investigativa característica deste trabalho, pode deslanchar um processo que leve a um alfabetismo científico. Importante é compreender que o conceito de alfabetismo científico pode ser traduzido como um letramento incessante que pode colaborar para a utilização do saber científico no sentido da aquisição de uma postura crítica que favoreça o desenvolvimento da cidadania na sociedade e de uma cultura científica interdisciplinar que impulsione o compromisso humanista dos que têm acesso ao saber. O projeto colaborou, especialmente, para as interações dentro da sala-de-aula e a partir da escola, contribuindo para a diminuição dos preconceitos e maior inclusão dos alunos provenientes de famílias iletradas.
Palavras Chave
educação científica, avaliação educacional.
educação científica, avaliação educacional.
Classificações
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Geral
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Área do conteudo
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Foco Temático
História do Ensino de Ciências
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