Professor como educador sexual de adolescentes: um estudo comparativo sobre o pensamento do professor de escolas da rede municipal e do professor de instituições particulares.
Título
Professor como educador sexual de adolescentes: um estudo comparativo sobre o pensamento do professor de escolas da rede municipal e do professor de instituições particulares.
Professor como educador sexual de adolescentes: um estudo comparativo sobre o pensamento do professor de escolas da rede municipal e do professor de instituições particulares.
Autor
Celina Regis Barroso
Celina Regis Barroso
Orientação
Marise Bezerra Juberg
Marise Bezerra Juberg
Instituição
UGF
UGF
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Ano
1999
1999
Cidade / UF
Rio de Janeiro/RJ
Rio de Janeiro/RJ
Dependência Administrativa:
Privada
Privada
Resumo
A responsabilidade da educação ficou, durante muitos anos, dividida entre a família e a escola: enquanto esta se preocupava em instruir o aluno para a cidadania e o mercado de trabalho, a educação sexual consistia uma função quase exclusiva da família, mas de forma assistemática e, em geral, quando algum problema surgia. Percebendo a necessidade de realizar um trabalho mais sistemático nas escolas, o MEC, através dos Parâmetros Curriculares, acrescenta a orientação sexual em todas as séries do ensino fundamental. Com o objetivo de conhecer o interesse e as expectativas dos professores em relação a exercerem essa tarefa, analisamos 100 questionários, preenchidos por 50 educadores de escolas públicas e 50 de escolas particulares, de ambos os sexos, atuando na 5ª CRE. Os resultados evidenciam que os professores, apesar de afirmarem que se interessam por projetos de educação sexual, não desenvolvem trabalhos sistemáticos de sexualidade, alegando não terem formação para tal assunto. Apesar de acharem importante que a escola assuma, junto com a família, a "educação sexual" dos alunos, sugerem-na como uma disciplina específica, dentro da grade curricular, o que nega o caráter transversal dos parâmetros. Algumas diferenças em relação ao gênero, à idade e à inserção do professor da rede pública ou privada foram constatadas: os homens e o grupo dos mais velhos destacam-se por um maior desinteresse em relação a desenvolverem projetos de educação sexual; não encontramos profissionais capacitados nas escolas particulares, onde sequer conhecem os programas de capacitação oferecidos pela Secretaria de Educação. Concluímos que existe uma visão restrita dos professores acerca da sexualidade, pois consideram muito importante temas mais objetivos, pertinentes à sexualidade, tais como as DST/AIDS; gravidez/aborto; sexo/drogas; e dão menos importância às discussões de questões mais amplas, socioculturais, ligadas aos mitos e aos preconceitos. Torna-se necessário, portanto, mais que a implantação de uma disciplina de educação sexual para os alunos nas escolas, que ela seja imediatamente oferecida nos cursos de formação e nas graduações de professores, para que esses profissionais tenham condições de exercer a tarefa de educadores sexuais de forma mais ampla, percebendo a sexualidade com seus múltiplos determinantes. Não seria possível atender a demanda dos adolescentes, preparando-os para a vida e a cidadania, sem antes trabalhar com os professores suas dificuldades acerca de sua própria sexualidade.
A responsabilidade da educação ficou, durante muitos anos, dividida entre a família e a escola: enquanto esta se preocupava em instruir o aluno para a cidadania e o mercado de trabalho, a educação sexual consistia uma função quase exclusiva da família, mas de forma assistemática e, em geral, quando algum problema surgia. Percebendo a necessidade de realizar um trabalho mais sistemático nas escolas, o MEC, através dos Parâmetros Curriculares, acrescenta a orientação sexual em todas as séries do ensino fundamental. Com o objetivo de conhecer o interesse e as expectativas dos professores em relação a exercerem essa tarefa, analisamos 100 questionários, preenchidos por 50 educadores de escolas públicas e 50 de escolas particulares, de ambos os sexos, atuando na 5ª CRE. Os resultados evidenciam que os professores, apesar de afirmarem que se interessam por projetos de educação sexual, não desenvolvem trabalhos sistemáticos de sexualidade, alegando não terem formação para tal assunto. Apesar de acharem importante que a escola assuma, junto com a família, a "educação sexual" dos alunos, sugerem-na como uma disciplina específica, dentro da grade curricular, o que nega o caráter transversal dos parâmetros. Algumas diferenças em relação ao gênero, à idade e à inserção do professor da rede pública ou privada foram constatadas: os homens e o grupo dos mais velhos destacam-se por um maior desinteresse em relação a desenvolverem projetos de educação sexual; não encontramos profissionais capacitados nas escolas particulares, onde sequer conhecem os programas de capacitação oferecidos pela Secretaria de Educação. Concluímos que existe uma visão restrita dos professores acerca da sexualidade, pois consideram muito importante temas mais objetivos, pertinentes à sexualidade, tais como as DST/AIDS; gravidez/aborto; sexo/drogas; e dão menos importância às discussões de questões mais amplas, socioculturais, ligadas aos mitos e aos preconceitos. Torna-se necessário, portanto, mais que a implantação de uma disciplina de educação sexual para os alunos nas escolas, que ela seja imediatamente oferecida nos cursos de formação e nas graduações de professores, para que esses profissionais tenham condições de exercer a tarefa de educadores sexuais de forma mais ampla, percebendo a sexualidade com seus múltiplos determinantes. Não seria possível atender a demanda dos adolescentes, preparando-os para a vida e a cidadania, sem antes trabalhar com os professores suas dificuldades acerca de sua própria sexualidade.
Palavras Chave
prática pedagógica, educador sexual, adolescentes.
prática pedagógica, educador sexual, adolescentes.
Classificações
Nível escolar
1ª a 4ª Série do EF, 5ª a 8ª Série do EF
1ª a 4ª Série do EF, 5ª a 8ª Série do EF
Área do conteudo
Saúde e Sexualidade
Saúde e Sexualidade
Foco Temático
Características do Professor
Características do Professor