Os mapas conceituais como facilitadores da aprendizagem significativa em Biologia Molecular.

Autor
Evelyse Lemos Borges

Orientação
Josefa Aparecida Gonçalves Grígoli

Grau de Titulação
Mestrado

Unidade / Setor
Centro de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão

Cidade / UF
Campo Grande/MS

Dependência Administrativa:
Privada

Resumo
A experiência de alguns anos de docência na disciplina Biologia Celular para alunos de primeiro ano do curso de Ciências Biológicas da UNIGRAN/MS tem evidenciado que os alunos ingressantes apresentam um conhecimento superficial, às vezes errôneo e, sobretudo, memorístico e fragmentado sobre a célula. Com base na Teoria de Ausubel (1980) que enfatiza o conceito de Aprendizagem Significativa e nos Mapas Conceituais, conforme são propostos por Novak (1988), foi desenvolvida uma pesquisa para investigar as possíveis contribuições dos Mapas Conceituais como facilitadores da Aprendizagem Significativa pelos alunos. Priorizou-se o estudo da Célula - em nível de metabolismo e características comuns a qualquer tipo celular - porque embora tal conteúdo seja visto no ensino médio, o conhecimento que dele têm os alunos, não se constitui numa base suficiente para a aprendizagem dos conteúdos subsequentes, na graduação. Esse conteúdo foi, então, organizado num Mapa Conceitual e discutido a partir de conceitos mais gerais, já conhecidos pelos alunos. Com a finalidade de favorecer o estabelecimento de relações entre os conteúdos, por parte dos alunos, os mapas conceituais foram apresentados e utilizados como uma nova forma de estudo para eles, sendo construídos em sala de aula, com o auxílio do professor, ao longo das discussões, e pelos alunos, antes (preparo) e depois (sistematização) do estudo das várias unidades do conteúdo. O desenvolvimento do trabalho deu-se ao longo de 28 aulas e para avaliação dos resultados foram utilizadas informações obtidas mediante os seguintes instrumentos: (a) resultados comparativos do desempenho dos alunos no pré-teste e nos pós-testes; (b) desempenho dos alunos em prova bimestral; (c) Mapas Conceituais elaborados pelos alunos ao longo do processo e que evidenciam o crescimento dos mesmos quanto à capacidade para perceber e estabelecer relações entre os conceitos e expressá-las de forma progressivamente apropriada e (d) instrumentos de avaliação, pelo aluno, do processo vivido e das suas repercussões sobre a qualidade do seu aprendizado. A comparação entre os resultados do pré-teste e dos pós-testes indicou que os alunos tiveram um desempenho significativamente superior nos pós-testes e a análise qualitativa do processo evidencia um significativo avanço conceitual: os Mapas Conceituais elaborados indicam que os alunos, no decorrer das aulas, desenvolveram a capacidade de estabelecer relações entre os conceitos específicos da disciplina. Uma análise mais acurada desse conjunto de dados evidencia, ainda, que os alunos mais "fracos" (isto é, os de pior desempenho no pré-teste) foram os que registraram maiores ganhos ao longo do processo, quando comparados aos alunos de melhor desempenho inicial. Finalmente, mas não menos importante, constatou-se a mudança de postura em relação às provas e às atividades em classe e extraclasse, no sentido de que os alunos, percebendo-se como agentes da própria aprendizagem, tornaram-se mais conscientes sobre a própria função e responsabilidade no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, desenvolveram a habilidade de "aprender a aprender", condição fundamental para uma futura autonomia intelectual e social.

Palavras Chave
Ciências Biológicas; Aprendizagem Significativa; Mapas Conceituais; Conteúdo e Método.