Como vão se formando os professores em Física e Química: embates entre o ser, o ter e o fazer na formação de licenciandos da UFRN.

Título
Como vão se formando os professores em Física e Química: embates entre o ser, o ter e o fazer na formação de licenciandos da UFRN.
Autor
Marcia Cristina Dantas Leite Braz
Orientação
Erika dos Reis Gusmão Andrade
Instituição
UFRN
Grau de Titulação
Mestrado
Unidade / Setor
Centro de Educação
Ano
2009
Cidade / UF
Natal/RN
Dependência Administrativa:
Federal
Resumo
O objetivo deste trabalho foi acessar e compreender as Representações Sociais (RS) (MOSCOVICI, 2003), sobre “Física” e “Química” para os grupos de licenciandos destes cursos, como também suas Representações Sociais sobre o “Ensinar”. Partimos do princípio de que o acesso a tais representações nos daria condições de articular seus conteúdos simbólicos, com o intuito de responder a como os grupos de licenciandos em Física e Química no percurso de formação inicial, vão-se tornando professores, sob uma ótica psicossocial. Nesta pesquisa foram usadas duas fontes de dados: a Técnica de Associação Livre – AL (ABRIC, 1994); e o Procedimento de Classificação Múltipla (PCM) (ROAZZI, 1995). O tratamento de análise do material coletado na AL foi feita pela proposição de Grize, Vergés e Silem (1987 apud ABRIC, 1994, p. 66). Os dados do PCM foram submetidos a análises multidimensionais MSA e SSA, sendo estas últimas associadas ao uso da Teoria das Facetas (BILSKY, 2003). As manifestações discursivas dos licenciandos produzidas nos momentos das explicações dos agrupamentos dos PCM foram analisadas pela Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977) e Franco (2005). Indicativo de um trabalho de abordagem sobre relações com saberes (CHARLOT, 2000), as articulações que emergem a partir das análises, apontam com relação ao grupo de licenciandos em Física, que esta Ciência estava calcada na concepção racionalista, implicando o sentido de idealização dos fenômenos a serem explicados pela Física Ciência. Quando transformada em objeto de ensino, a Física Conteúdo Escolar, passou a demandar do aluno do ensino fundamental e médio a abstração, como habilidade cognitiva facilitadora da aprendizagem. Os elementos identitários assinalados nas articulações entre as RS de “Física” e de “Ensinar”, emergiram da relação antagônica entre os licenciandos e o professor formador, como também, da relação especular entre eles mesmos e seus alunos de ensino fundamental e médio, e, sobretudo, quando enfrentam o fazer docente, devido às dificuldades impostas pelo próprio sistema educacional e pela fragilidade do curso de formação inicial. O grupo de licenciandos em Química sinalizou em seus discursos tais articulações, quando conceberam Química Ciência empirista e afirmavam ser o “Ensinar” como transmissão desse conhecimento e a “Didática” do ensino de Química como direção para a aprendizagem pela utilização de métodos pedagógicos, no sentido de levar o aluno a descobertas. Os conteúdos psicossociais construídos e manifestos nas relações com as articulações simbólicas das RS estudadas estenderam-se à relação de identidade. Esta relação, para este grupo, apontou elementos identitários resultantes do trânsito entre sua posição de alunos com relação ao saber Química, e como professores na relação com o trabalho docente, trazendo os conteúdos relacionais daí decorrentes para o espaço do ensinar, anunciado pela “Troca de Conhecimento” e “Jogo de Cintura”. Dando conta de questões emergentes no cenário das discussões sobre formação e profissionalização docente, o olhar psicossocial acerca desse trânsito, pôde ensejar obstáculos epistemológicos, práticos e pedagógicos limitadores de uma configuração do trabalho de ensino como atividade profissional, especialmente pelas condições particulares em que foram construídas as articulações dos sentidos para “Física” e “Ensinar”; e “Química” e “Ensinar” aqui tratados. Pudemos observar que, em tese, tais obstáculos referem-se primordialmente a concepção empirista e racionalista de ciência, enquanto conteúdos representacionais construídos nos grupos dos licenciandos em Química e Física respectivamente. Ensejando ideias no tocante ao educador como especialista de conteúdo, e ao aluno como receptáculo de conhecimento, a didática das ciências que, por estar amparadas nas concepções empirista e racionalista, nos grupos dos licenciandos em Química e Física respectivamente, pode denunciar tais obstáculos implicativos aos fazeres pedagógicos que dificultam principalmente o processo de aprendizagem dos alunos do ensino fundamental e médio.
Palavras Chave
formação de professores, formação inicial, representações sociais,

Classificações

Nível escolar
Ensino Médio, Ensino Superior
Área do conteudo
Física, Química
Foco Temático
Características do Professor