O imaginário como substrato para a construção de uma pedagogia ambiental eficiente.

Título
O imaginário como substrato para a construção de uma pedagogia ambiental eficiente.
Autor
Fernando Ribeiro Caldas
Orientação
Paulo dos Santos Terra
Instituição
UESC
Grau de Titulação
Mestrado
Unidade / Setor
Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais
Ano
2003
Cidade / UF
Ilhéus/BA
Dependência Administrativa:
Estadual
Resumo
A Educação Ambiental está presente tanto em agendas do terceiro setor quanto nos programas das instituições oficiais, mesmo assim, ainda não mereceu estudos mais aprofundados no que tange à sua aplicabilidade. Os cursos de Educação Ambiental oferecidos são sempre baseados em obras produzidas noutros países, às vezes, literalmente transcritas para o português. Os livros didáticos adotados por nossas escolas não levam em conta a diversidade cultural brasileira, tratam-nos homogeneamente, dando seqüência a uma estratégia arbitrária que prima por um conhecimento meramente racionalista. Na esfera ambiental, tais práticas se tornam ainda mais drásticas, afinal, se além de racionais somos entes simbólicos, é justamente na relação com a natureza que delineamos a antropologia do nosso imaginário. Uma educação ambiental, portanto, deve prescindir não apenas de informações históricas e estruturais da clientela a que se destina, mas, também de metodologias adequadas ao seu perfil. Nosso trabalho visa à demonstração de quão inadequadas e verticais são as atuais pedagogias ambientais, valendo-se sempre de conceitos forjados pela Ecologia, empurrando-os à força a alunos e professores, a despeito dos conteúdos presentes de antemão naqueles atores. O fato é que Ecologia e o Ambientalismo não inventaram a natureza, mas apenas novos conceitos sobre o seu funcionamento, somos anteriores à Ciência. Utilizando método projetivo, constatamos que os apelos emocionados da comunidade conservacionista não sensibilizam tanto assim o homem comum, porque em verdade ele já traz em si uma idéia clara e distinta da natureza: árvores, felinos, caninos, rios, tempestades, mares, e assim por diante. Tais idéias anteriores são sempre vivas e dramáticas, e de nada adiantará uma propaganda logicamente desencadeada. Descobrimos que essa natureza está em nós como algo negativo, sendo, em muitos sentidos, devoradora e contaminadora. Classificamos tais conteúdos inconscientes, descobrindo estar diante de uma cultura grapiúna eminentemente mística, ou seja, que reage passivamente às agressões ambientais. Por isso, sugerimos uma nova metodologia ambiental para as escolas, que utilizem estratégias como o RPG, as artes e os esportes radicais, deixando de lado didáticas literárias ou orais, tão desgastadas e, mais que tudo, tão inapropriadas ao nosso povo, herdeiro de europeus, é certo, mas com dois terços de sua genealogia arquitetados por índios e africanos. Ou, para nada impormos, que as escolas mesmo sem se afastarem das atuais práticas, busquem investigar seus educandos de maneira mais abrangente, relevando as suas manifestações subliminares.
Palavras Chave
imaginário, comunidade, educação ambiental.

Classificações

Nível escolar
1ª a 4ª Série do EF, 5ª a 8ª Série do EF, Ensino Médio
Área do conteudo
Educação Ambiental
Foco Temático
Conteúdo-Método, Características do Aluno