A crítica de David Hume ao argumento do desígnio nos diálogos sobre a religião natural.
Título
A crítica de David Hume ao argumento do desígnio nos diálogos sobre a religião natural.
A crítica de David Hume ao argumento do desígnio nos diálogos sobre a religião natural.
Ensino, Filosofia e História das Ciências
Autor
Kelber Silvio Rios Carneiro
Kelber Silvio Rios Carneiro
Orientação
João Carlos Salles Pires da Silva
João Carlos Salles Pires da Silva
Instituição
UFBA
UFBA
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Ano
2007
2007
/BA
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
O argumento do desígnio é uma das peças-chave no debate científico da modernidade, decidindo-se por seu debate o próprio sentido da narrativa da causalidade na constituição de nossa experiência do mundo. Nesta Dissertação, de modo mais específico, pretendemos analisar o argumento do desígnio em uma obra de David Hume, Os Diálogos sobre a Religião Natural, tendo em conta que essa obra, em sua extraordinária forma de diálogo, além de surpreender por suas visões inovadoras de uma ordem imanente à natureza, também apresenta e conserva aspectos centrais do confronto entre perspectivas científicas e teológicas, com seus compromissos filosóficos e, mais diretamente, ontológicos. Em termos atuais, podemos reconhecer, na obra de Hume, debate de todo semelhante ao que hoje opõe criacionistas e evolucionistas, girando então em torno da noção de natureza. Por um lado, Hume apresenta o argumento do desígnio como a expressão de um argumento indutivo por analogia, cuja aparente força ele submete a uma crítica devastadora, a exemplo de sua crítica ao antropomorfismo da argumentação. Por outro lado, quando a decisão parece inequivocamente pender para uma narrativa imanentista da ordem, com uma filiação a cosmologias materialistas clássicas, os argumentos contrários encontram também uma luz adequada, parecendo redimir perspectivas teológicas como talvez também cientificamente necessárias ou plausíveis. Pretendemos então, em nossa Dissertação, apresentar a posição de Hume, uma das matrizes da moderna teoria do conhecimento, recuperando sua crítica à causalidade e, por outro lado, seu naturalismo, pelo qual vemos serem introduzidas, em sua crítica à razão e, em especial, ao paradigma cartesiano de uma mathesis universalis, noções como ‘hábito’, ‘princípios associativos’ e ‘crença’. Da mesma forma, no argumento do desígnio, mostraremos sua oposição às conseqüências teologizantes da Religião Natural, ao tempo que apresenta algum lugar para as ficções científicas da metafísica. O contexto newtoniano em que a epistemologia de Hume opera encontra assim desafios ainda atuais nessa obra, cujo sentido procuraremos decifrar, apresentando alguma contribuição epistemológica, mínima que seja, para uma reflexão que, como sabemos, é de imensa importância para o ensino de ciências.
O argumento do desígnio é uma das peças-chave no debate científico da modernidade, decidindo-se por seu debate o próprio sentido da narrativa da causalidade na constituição de nossa experiência do mundo. Nesta Dissertação, de modo mais específico, pretendemos analisar o argumento do desígnio em uma obra de David Hume, Os Diálogos sobre a Religião Natural, tendo em conta que essa obra, em sua extraordinária forma de diálogo, além de surpreender por suas visões inovadoras de uma ordem imanente à natureza, também apresenta e conserva aspectos centrais do confronto entre perspectivas científicas e teológicas, com seus compromissos filosóficos e, mais diretamente, ontológicos. Em termos atuais, podemos reconhecer, na obra de Hume, debate de todo semelhante ao que hoje opõe criacionistas e evolucionistas, girando então em torno da noção de natureza. Por um lado, Hume apresenta o argumento do desígnio como a expressão de um argumento indutivo por analogia, cuja aparente força ele submete a uma crítica devastadora, a exemplo de sua crítica ao antropomorfismo da argumentação. Por outro lado, quando a decisão parece inequivocamente pender para uma narrativa imanentista da ordem, com uma filiação a cosmologias materialistas clássicas, os argumentos contrários encontram também uma luz adequada, parecendo redimir perspectivas teológicas como talvez também cientificamente necessárias ou plausíveis. Pretendemos então, em nossa Dissertação, apresentar a posição de Hume, uma das matrizes da moderna teoria do conhecimento, recuperando sua crítica à causalidade e, por outro lado, seu naturalismo, pelo qual vemos serem introduzidas, em sua crítica à razão e, em especial, ao paradigma cartesiano de uma mathesis universalis, noções como ‘hábito’, ‘princípios associativos’ e ‘crença’. Da mesma forma, no argumento do desígnio, mostraremos sua oposição às conseqüências teologizantes da Religião Natural, ao tempo que apresenta algum lugar para as ficções científicas da metafísica. O contexto newtoniano em que a epistemologia de Hume opera encontra assim desafios ainda atuais nessa obra, cujo sentido procuraremos decifrar, apresentando alguma contribuição epistemológica, mínima que seja, para uma reflexão que, como sabemos, é de imensa importância para o ensino de ciências.
Palavras Chave
desígnio, analogia, evolução, indução, Newton.
desígnio, analogia, evolução, indução, Newton.
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Foco Temático
Filosofia da Ciência
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