Um estudo sobre o impacto das (des)conexões entre o ambiente escolar e o ambiente institucional na vida de crianças e adolescentes abrigados.
Título
Um estudo sobre o impacto das (des)conexões entre o ambiente escolar e o ambiente institucional na vida de crianças e adolescentes abrigados.
Um estudo sobre o impacto das (des)conexões entre o ambiente escolar e o ambiente institucional na vida de crianças e adolescentes abrigados.
Autor
Arlete da Costa
Arlete da Costa
Orientação
Maria Angela Mattar Yunes
Maria Angela Mattar Yunes
Instituição
FURG
FURG
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Unidade / Setor
Departamento de Educação e Ciências do Comportamen
Departamento de Educação e Ciências do Comportamen
Ano
2005
2005
Cidade / UF
Rio grande/RS
Rio grande/RS
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
O presente estudo foi desenvolvido na área de Educação Ambiental na cidade do Rio Grande e está fundamentado na Abordagem Ecológica de Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner, cujo foco está nas múltiplas e recíprocas influências – diretas e indiretas – dos processos, das pessoas, dos contextos e do tempo no desenvolvimento dos indivíduos. Este trabalho buscou compreender e analisar as formas de interação entre dois dos principais contextos de desenvolvimento de crianças que, por alguma razão são temporariamente afastadas de seus laços parentais e encaminhadas para instituições. Considerando que a escola e o abrigo representam os microssistemas de maior importância na vida de crianças-em-desenvolvimento à distãncia de seus contextos de origem, o trabalho teve como objetivo principal estudar a relação mesossistêmica, a saber, escola-instituição. As estratégias metodológicas foram norteadas pela realização de entrevistas associadas aos procedimentos da “inserção ecológica”. Estas metodologias possibilitam ao pesquisador a imersão contextual necessária para análise das relações/interações entre as pessoas e entre elas e seus ambientes de desenvolvimento. De acordo com a ecologia do desenvolvimento humano, a análise destas facetas do desenvolvimento humano só é possível quando se emprega um modelo teórico metodológico que permita a compreensão de elementos bioecológicos. Os resultados indicaram que os profissionais dos dois microssistemas apresentam concepções de crianças “carentes” afetivamente e noções da importância da garantia do direito da criança ao convívio familiar, bem como a consciência da ausência de ações políticas de educação, re-organização e emancipação familiar. Prevalecem nos dois ambientes o pessimismo e as incertezas em relação ao futuro dessas crianças e adolescentes abrigados. É notório o despreparo dos atendentes do abrigo e dos professores para atender crianças e adolescentes com história de institucionalização. As duas categorias de trabalhadores priorizam o atendimento coletivo, a padronização de práticas relacionais e a desconsideração de necessidades individuais das crianças. Em relação à escola, observa-se a indiferença nas ações pedagógicas dos professores no que diz respeito à situação de vitimização social em que se encontram estas crianças. A desconexão entre a escola e o abrigo se traduz mais fortemente pela ausência de contato entre os profissionais e pela falta de parceria na eleição dos cuidados dirigidos às crianças. Faz-se urgente o trabalho em rede com vistas à fluidez nas esferas de comunicação e estabelecimento de pontos de ligação entre dois ambientes institucionais que podem conduzir de maneira saudável o desenvolvimento e a educação de crianças e adolescentes em situação de abrigagem.
O presente estudo foi desenvolvido na área de Educação Ambiental na cidade do Rio Grande e está fundamentado na Abordagem Ecológica de Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner, cujo foco está nas múltiplas e recíprocas influências – diretas e indiretas – dos processos, das pessoas, dos contextos e do tempo no desenvolvimento dos indivíduos. Este trabalho buscou compreender e analisar as formas de interação entre dois dos principais contextos de desenvolvimento de crianças que, por alguma razão são temporariamente afastadas de seus laços parentais e encaminhadas para instituições. Considerando que a escola e o abrigo representam os microssistemas de maior importância na vida de crianças-em-desenvolvimento à distãncia de seus contextos de origem, o trabalho teve como objetivo principal estudar a relação mesossistêmica, a saber, escola-instituição. As estratégias metodológicas foram norteadas pela realização de entrevistas associadas aos procedimentos da “inserção ecológica”. Estas metodologias possibilitam ao pesquisador a imersão contextual necessária para análise das relações/interações entre as pessoas e entre elas e seus ambientes de desenvolvimento. De acordo com a ecologia do desenvolvimento humano, a análise destas facetas do desenvolvimento humano só é possível quando se emprega um modelo teórico metodológico que permita a compreensão de elementos bioecológicos. Os resultados indicaram que os profissionais dos dois microssistemas apresentam concepções de crianças “carentes” afetivamente e noções da importância da garantia do direito da criança ao convívio familiar, bem como a consciência da ausência de ações políticas de educação, re-organização e emancipação familiar. Prevalecem nos dois ambientes o pessimismo e as incertezas em relação ao futuro dessas crianças e adolescentes abrigados. É notório o despreparo dos atendentes do abrigo e dos professores para atender crianças e adolescentes com história de institucionalização. As duas categorias de trabalhadores priorizam o atendimento coletivo, a padronização de práticas relacionais e a desconsideração de necessidades individuais das crianças. Em relação à escola, observa-se a indiferença nas ações pedagógicas dos professores no que diz respeito à situação de vitimização social em que se encontram estas crianças. A desconexão entre a escola e o abrigo se traduz mais fortemente pela ausência de contato entre os profissionais e pela falta de parceria na eleição dos cuidados dirigidos às crianças. Faz-se urgente o trabalho em rede com vistas à fluidez nas esferas de comunicação e estabelecimento de pontos de ligação entre dois ambientes institucionais que podem conduzir de maneira saudável o desenvolvimento e a educação de crianças e adolescentes em situação de abrigagem.
Palavras Chave
instituição de abrigo, desenvolvimento humano, educação ambiental.
instituição de abrigo, desenvolvimento humano, educação ambiental.
Classificações
Nível escolar
Geral
Geral
Área do conteudo
Educação Ambiental
Educação Ambiental
Foco Temático
Outros
Outros