Construção de um perfil conceitual de vida.
Título
Construção de um perfil conceitual de vida.
Construção de um perfil conceitual de vida.
Autor
Francisco Ângelo Coutinho
Francisco Ângelo Coutinho
Orientação
Eduardo Fleury Mortimer
Eduardo Fleury Mortimer
Instituição
UFMG
UFMG
Grau de Titulação
Doutorado
Doutorado
Unidade / Setor
Faculdade de Educação
Faculdade de Educação
Ano
2005
2005
Cidade / UF
Belo Horizonte/MG
Belo Horizonte/MG
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
O trabalho teve como objetivo a construção de um perfil conceitual de vida, determinando-se as zonas que constituem esse perfil. Partiu-se, inicialmente, da hipótese de que o conceito de vida é polissêmico e que, portanto, comporta um perfil conceitual. Além disso, procurou-se desenvolver uma metodologia para avaliar a ocorrência das zonas do perfil conceitual de “vida”. As zonas do perfil foram identificadas a partir de três domínios genéticos: sociocultural, ontogenético e microgenético. Foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados: um questionário e uma entrevista com situações-problema (contexto microgenético). A fonte principal na identificação das zonas foram os dados empíricos obtidos no questionário. Levou-se ainda em consideração as discussões sobre o conceito de vida e sua história (domínio sociocultural). Também foi realizada uma revisão da literatura sobre concepções informais dos alunos (domínio ontogenético). Os instrumentos de coleta de dados foram aplicados a estudantes do curso de Ciências Biológicas e da pós-graduação em Ecologia e Genética da UFMG. O questionário aplicado era composto de quatro questões, das quais foram utilizadas as questões 1, 2 e 3 para a construção do perfil conceitual. O universo amostral para o questionário foi de 120 alunos, distribuídos no 1º, 3º, 4º e 5º períodos. A entrevista baseada em situações-problema elaboradas a partir de problemas levantados pela tentativa de definição de vida dentro do programa da vida () artificial foi aplicada a oito alunos da pós-graduação. As entrevistas foram realizadas com o objetivo de aferir a permanência ou não das zonas do perfil e a sua tomada de consciência pelo sujeito, após todo o processo de escolarização e término de um curso superior em Biologia. A análise do questionário, em conjunto com a revisão sobre o conceito de vida, levou, inicialmente, a sete categorias, que poderiam corresponder a sete zonas do perfil. A análise mostrou que essas sete categorias podem ser reduzidas a três zonas básicas que os entrevistados usam quando explicitam suas concepções de vida: externalismo (quando a vida é entendida como algo exterior, ou que tende ao exterior, do vivente), internalismo (quando vida é entendida como processos ou propriedades inerentes ao vivente) e relacional (quando vida é entendida como uma relação entre entidades ou a definição é dada em termos de relações de conceitos). Abordou-se, de posse das categorias reduzidas, algumas concepções de vida ao longo da história e de definições dentro da Biologia, ou em diálogo com ela, no século XX. Os resultados levam a concluir que o conceito de vida exibe perfis e, ainda, que é possível construir perfis individuais. Além disso, os perfis de vida são extremamente diversos. A análise dos dados indica também que os perfis vão modificando-se à medida que se avança nos períodos do curso de Ciências Biológicas, observando-se um aumento na zona internalista e uma diminuição das zonas externalista e relacional. Os resultados das entrevistas revelam a tomada de consciência, por parte dos alunos, de seus perfis conceituais. Após a determinação das zonas do perfil conceitual de vida, este foi aplicado no estudo sobre definições e noções encontradas em livros didáticos do ensino superior, com o intuito de obter-se informações sobre as ideias acerca de vida que circulam entre os alunos. A análise dos livros de Biologia Geral e manuais de formação específica revelou que, dos 15 livros analisados, a zona internalista aparece em todos os livros, a zona externalista é utilizada em um livro e a relacional também em um livro. Nota-se, então, uma importante co-ocorrência entre os dados dos questionários e os dados obtidos a partir das informações que circulam entre os alunos, na forma de livros e manuais didáticos. Assim, o estudo propõe um perfil conceitual de vida e leva à conclusão de que, ao longo do curso, há uma evolução no sentido de restrição das zonas do perfil. A observação de uma tomada de consciência do perfil, nas entrevistas com os alunos da pós-graduação, levanta a possibilidade de adoção de estratégias de ensino que favoreçam as discussões sobre o conceito de vida, na graduação. Tal discussão permitiria o contato com paradigmas orientadores da Biologia, favorecendo uma visão mais integrada do conhecimento biológico.
O trabalho teve como objetivo a construção de um perfil conceitual de vida, determinando-se as zonas que constituem esse perfil. Partiu-se, inicialmente, da hipótese de que o conceito de vida é polissêmico e que, portanto, comporta um perfil conceitual. Além disso, procurou-se desenvolver uma metodologia para avaliar a ocorrência das zonas do perfil conceitual de “vida”. As zonas do perfil foram identificadas a partir de três domínios genéticos: sociocultural, ontogenético e microgenético. Foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados: um questionário e uma entrevista com situações-problema (contexto microgenético). A fonte principal na identificação das zonas foram os dados empíricos obtidos no questionário. Levou-se ainda em consideração as discussões sobre o conceito de vida e sua história (domínio sociocultural). Também foi realizada uma revisão da literatura sobre concepções informais dos alunos (domínio ontogenético). Os instrumentos de coleta de dados foram aplicados a estudantes do curso de Ciências Biológicas e da pós-graduação em Ecologia e Genética da UFMG. O questionário aplicado era composto de quatro questões, das quais foram utilizadas as questões 1, 2 e 3 para a construção do perfil conceitual. O universo amostral para o questionário foi de 120 alunos, distribuídos no 1º, 3º, 4º e 5º períodos. A entrevista baseada em situações-problema elaboradas a partir de problemas levantados pela tentativa de definição de vida dentro do programa da vida () artificial foi aplicada a oito alunos da pós-graduação. As entrevistas foram realizadas com o objetivo de aferir a permanência ou não das zonas do perfil e a sua tomada de consciência pelo sujeito, após todo o processo de escolarização e término de um curso superior em Biologia. A análise do questionário, em conjunto com a revisão sobre o conceito de vida, levou, inicialmente, a sete categorias, que poderiam corresponder a sete zonas do perfil. A análise mostrou que essas sete categorias podem ser reduzidas a três zonas básicas que os entrevistados usam quando explicitam suas concepções de vida: externalismo (quando a vida é entendida como algo exterior, ou que tende ao exterior, do vivente), internalismo (quando vida é entendida como processos ou propriedades inerentes ao vivente) e relacional (quando vida é entendida como uma relação entre entidades ou a definição é dada em termos de relações de conceitos). Abordou-se, de posse das categorias reduzidas, algumas concepções de vida ao longo da história e de definições dentro da Biologia, ou em diálogo com ela, no século XX. Os resultados levam a concluir que o conceito de vida exibe perfis e, ainda, que é possível construir perfis individuais. Além disso, os perfis de vida são extremamente diversos. A análise dos dados indica também que os perfis vão modificando-se à medida que se avança nos períodos do curso de Ciências Biológicas, observando-se um aumento na zona internalista e uma diminuição das zonas externalista e relacional. Os resultados das entrevistas revelam a tomada de consciência, por parte dos alunos, de seus perfis conceituais. Após a determinação das zonas do perfil conceitual de vida, este foi aplicado no estudo sobre definições e noções encontradas em livros didáticos do ensino superior, com o intuito de obter-se informações sobre as ideias acerca de vida que circulam entre os alunos. A análise dos livros de Biologia Geral e manuais de formação específica revelou que, dos 15 livros analisados, a zona internalista aparece em todos os livros, a zona externalista é utilizada em um livro e a relacional também em um livro. Nota-se, então, uma importante co-ocorrência entre os dados dos questionários e os dados obtidos a partir das informações que circulam entre os alunos, na forma de livros e manuais didáticos. Assim, o estudo propõe um perfil conceitual de vida e leva à conclusão de que, ao longo do curso, há uma evolução no sentido de restrição das zonas do perfil. A observação de uma tomada de consciência do perfil, nas entrevistas com os alunos da pós-graduação, levanta a possibilidade de adoção de estratégias de ensino que favoreçam as discussões sobre o conceito de vida, na graduação. Tal discussão permitiria o contato com paradigmas orientadores da Biologia, favorecendo uma visão mais integrada do conhecimento biológico.
Palavras Chave
Construção Conceitual; Vida; Perfil Conceitual.
Construção Conceitual; Vida; Perfil Conceitual.
Classificações
Nível escolar
Ensino Superior
Ensino Superior
Área do conteudo
Biologia
Biologia
Foco Temático
Características do Aluno
Características do Aluno