O uso de atividades didáticas experimentais como instrumento na melhoria do ensino de ciências: um estudo de caso.

Autor
Oxana Marucya Demczuk

Orientação
Elgion Lucio da Silva Loreto

Grau de Titulação
Mestrado

Cidade / UF
Porto Alegre/RS

Dependência Administrativa:
Federal

Resumo
Este trabalho relata a busca de concepções espontâneas e a utilização de atividades didáticas experimentais para promover mudança conceitual. No decorrer do trabalho, foram realizadas duas pesquisas: A primeira, investigou as concepções espontâneas sobre ciclo de vida e metamorfose em turmas de pré-escola, segunda e quartas-séries do ensino fundamental, num total de 54 alunos. Os alunos foram expostos a observar e descrever culturas de moscas Drosophila melanogaster em diferentes fases do ciclo de vida. Nos vários dias de observação, os alunos eram questionados a respeito do que acreditavam ser as estruturas das moscas nos diferentes estágios do ciclo de vida. Muitos acreditavam que os seres vivos podem passar por diversas etapas durante seu ciclo de vida. Outros acreditavam que os seres vivos podem surgir de “matéria inanimada”, mostrando que a ideia de geração espontânea é muito presente entre crianças de diferentes faixas etárias. A principal conclusão obtida neste trabalho refere-se à possibilidade de trabalhar conceitos de ciclo de vida e metamorfose já na pré-escola como atividade em uma perspectiva construtivista. Uma proposta de atividade didática pode ser acessada em www.ufsm.br/labdros/links/cultdros.pdf. Na segunda pesquisa, investigaram-se as concepções espontâneas dos alunos com relação aos conteúdos de Botânica em uma turma de 5° série de ensino fundamental. Posteriormente, verificamos a possibilidade de utilização de atividades didáticas experimentais como recurso para promover mudança conceitual. Para isso, em todos os conteúdos que seriam trabalhados, os alunos respondiam a questionários gerais (pré-testes) com a finalidade de se realizar o levantamento das concepções espontâneas sobre o assunto que seria posteriormente tratado. Após a realização do pré-teste, os conteúdos eram trabalhados em atividades didáticas experimentais, que envolviam observação, manipulação e experimentos com diversos exemplares botânicos disponíveis. Finalmente, após a realização da atividade didática experimental, um outro questionário geral (pós-teste) era novamente respondido com a finalidade de se avaliar se os alunos apresentavam, ou não, mudança conceitual. Com a manipulação e observação de diferentes exemplares botânicos e diferentes partes da planta, os alunos puderam constatar que muitas das idéias que tinham não eram satisfatórias, e grande parte destas idéias puderam ser elucidadas no final de cada conteúdo trabalhado. A partir deste experimento, podemos sugerir que no ensino fundamental, os conceitos relacionados às plantas podem ser trabalhados baseando-se quase que totalmente em atividades didáticas experimentais, pois mudanças consideráveis nas concepções espontâneas dos alunos em conceitos relacionados às plantas puderam ser evidenciadas. Pode-se constatar, ao longo das pesquisas, que muitas concepções cientificamente errôneas foram modificadas no final do processo de investigação, evidenciando que atividades que proporcionam observação de fenômenos naturais podem desacomodar as concepções espontâneas e gerar uma outra forma de representação.

Palavras Chave
concepções espontâneas, atividades didáticas experimentais, proposta de ensino.