Religião, escola e Ciência: conflitos e tensões nas visões de mundo de alunos de uma licenciatura em Ciências Biológicas.
Título
Religião, escola e Ciência: conflitos e tensões nas visões de mundo de alunos de uma licenciatura em Ciências Biológicas.
Religião, escola e Ciência: conflitos e tensões nas visões de mundo de alunos de uma licenciatura em Ciências Biológicas.
Autor
Luis Fernando Marques Dorville
Luis Fernando Marques Dorville
Orientação
Sandra Lúcia Escovedo Selles
Sandra Lúcia Escovedo Selles
Instituição
UFF
UFF
Grau de Titulação
Doutorado
Doutorado
Unidade / Setor
Faculdade de Educação
Faculdade de Educação
Ano
2010
2010
Cidade / UF
Niterói/RJ
Niterói/RJ
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
Este trabalho teve como objetivo analisar os conflitos e tensões vivenciados pelos licenciandos evangélicos da Faculdade de Formação de Professores da UERJ entre suas visões de mundo e o ensino de determinados conteúdos biológicos, marcadamente aqueles relacionados à evolução biológica dos seres vivos. A partir da análise das principais matrizes identitárias que estruturam as visões de mundo desses alunos, a saber, o protestantismo conservador e o Criacionismo, pudemos entender as lógicas em que operam, destacando as diferentes mediações realizadas pelas mesmas com os conteúdos acadêmicos. Tal fato nos permitiu apontar algumas linhas de ação que parecem ser mais promissoras do que outras para o ensino de Ciências e Biologia em situações como essa, cada vez mais frequentes nas escolas e universidades brasileiras. Tomando como referencial teórico os conceitos que compõem a sociologia de Pierre Bourdieu, enfatizamos a importância da delimitação dos campos científico e escolar como política não apenas para preservá-los da ingerência indevida dos criacionistas como também para garantir a qualidade das ações desenvolvidas no seu interior. Procuramos demonstrar também que a sociologia de Bourdieu possui conceitos e pressupõe situações que podem ter como resultado, se implementadas, o potencial de promover alterações nas visões de mundo de nossos alunos, especialmente através da promoção de situações dissonantes com o habitus original dos mesmos. Nesse sentido também preconizamos a defesa da garantia do caráter eminentemente laico das escolas e universidades públicas, resguardando os alunos de reproduzirem no seu interior espaços religiosos com os quais eles já se encontram acostumados em suas famílias ou comunidades religiosas de origem. Defendemos a importância, no ensino ciência e Biologia, de escaparmos de certas interpretações epistemológicas relativistas da realidade e da visão da mesma unicamente como representação, destacando as diferentes apropriações dessas ideias feitas pelo Criacionismo e as dificuldades decorrentes criadas para o campo científico e de ensino de Ciências e Biologia. Apresentamos também as implicações que determinados tipos de relativismo cultural podem ter diante de questões religiosas como essas e de que modo podem contribuir para elaborar respostas capazes de lidar com a diferença sem celebrá-la acriticamente.
Este trabalho teve como objetivo analisar os conflitos e tensões vivenciados pelos licenciandos evangélicos da Faculdade de Formação de Professores da UERJ entre suas visões de mundo e o ensino de determinados conteúdos biológicos, marcadamente aqueles relacionados à evolução biológica dos seres vivos. A partir da análise das principais matrizes identitárias que estruturam as visões de mundo desses alunos, a saber, o protestantismo conservador e o Criacionismo, pudemos entender as lógicas em que operam, destacando as diferentes mediações realizadas pelas mesmas com os conteúdos acadêmicos. Tal fato nos permitiu apontar algumas linhas de ação que parecem ser mais promissoras do que outras para o ensino de Ciências e Biologia em situações como essa, cada vez mais frequentes nas escolas e universidades brasileiras. Tomando como referencial teórico os conceitos que compõem a sociologia de Pierre Bourdieu, enfatizamos a importância da delimitação dos campos científico e escolar como política não apenas para preservá-los da ingerência indevida dos criacionistas como também para garantir a qualidade das ações desenvolvidas no seu interior. Procuramos demonstrar também que a sociologia de Bourdieu possui conceitos e pressupõe situações que podem ter como resultado, se implementadas, o potencial de promover alterações nas visões de mundo de nossos alunos, especialmente através da promoção de situações dissonantes com o habitus original dos mesmos. Nesse sentido também preconizamos a defesa da garantia do caráter eminentemente laico das escolas e universidades públicas, resguardando os alunos de reproduzirem no seu interior espaços religiosos com os quais eles já se encontram acostumados em suas famílias ou comunidades religiosas de origem. Defendemos a importância, no ensino ciência e Biologia, de escaparmos de certas interpretações epistemológicas relativistas da realidade e da visão da mesma unicamente como representação, destacando as diferentes apropriações dessas ideias feitas pelo Criacionismo e as dificuldades decorrentes criadas para o campo científico e de ensino de Ciências e Biologia. Apresentamos também as implicações que determinados tipos de relativismo cultural podem ter diante de questões religiosas como essas e de que modo podem contribuir para elaborar respostas capazes de lidar com a diferença sem celebrá-la acriticamente.
Palavras Chave
criacionismo, ensino de Ciências e Biologia, Formação de professores.
criacionismo, ensino de Ciências e Biologia, Formação de professores.
Classificações
Nível escolar
Ensino Superior
Ensino Superior
Área do conteudo
Biologia
Biologia
Foco Temático
Características do Aluno
Características do Aluno