O Ensino e Mapeamento Geológico no Centro de Geologia ESCHWEGE, Diamantina - MG: análise de três décadas de práticas de campo (1970 - 2000).

Título
O Ensino e Mapeamento Geológico no Centro de Geologia ESCHWEGE, Diamantina - MG: análise de três décadas de práticas de campo (1970 - 2000).
Ensino de Geociências
Autor
Lúcia Maria Fantinel
Orientação
Carlos Alberto Lobão da Silveira Cunha
Instituição
UNICAMP
Grau de Titulação
Doutorado
Unidade / Setor
Instituto de Geociências
Ano
2005
Cidade / UF
Campinas/SP
Dependência Administrativa:
Estadual
Resumo
O Centro de Geologia Eschwege (CGE), criado em 1969, em Diamantina-MG, desenvolve atividades de pesquisa sobre a geologia da Serra do Espinhaço meridional (SEm) e atividades de ensino voltadas para mapeamento geológico, especialmente, estágio de campo ministrado desde 1970 para estudantes de graduação em Geologia das universidades brasileiras. Esta tese visa descrever e analisar o ensino de mapeamento geológico praticado no CGE, discutir os fatores intelectuais, sociais e econômicos que contribuíram para o surgimento e legitimação desse ensino e identificar a influência dos modelos sobre a Geologia da SEm, principalmente no que diz respeito ao campo disciplinar da Sedimentologia-Estratigrafia. A descrição e a problematização teórica desse ensino praticado nos últimos 35 anos pretendem contribuir para o entendimento do papel do campo no âmbito da pesquisa e do ensino de Geologia. A pesquisa pautou-se pela análise qualitativa, com inquirição empírica de fontes documentais. O estudo de caso foi utilizado como estratégia para gerar insights exploratórios e para orientar a escolha e a organização dos dados, que, por vezes, foram submetidos à análise segundo uma perspectiva histórica. Descrições de campo, relatórios e mapas elaborados por estudantes, relatórios de pesquisa e demais trabalhos técnico-científicos, além de documentos normativos e administrativos constituíram as principais fontes documentais. A análise da narrativa textual e imagética dos relatórios buscou evidenciar os objetivos alcançados; a relação estabelecida com os modelos científicos; os conceitos, procedimentos e representações utilizados na caracterização das unidades geológicas; as habilidades técnicas e intelectuais mobilizadas no levantamento e interpretação dos dados e, por fim, os elementos constitutivos da linguagem visual e sua articulação com os modelos explicativos. Foram analisados 184 relatórios envolvendo um total de 623 estudantes de 19 cursos de Geologia em estágios de duas semanas nos anos de 1970, 1980, 1990 e 2000. A análise evidencia vínculos do ensino de campo com as características metodológicas da prática científica e profissional do geólogo. A atividade é fortemente estruturada na observação, na seleção de feições significativas para a escala adotada, na descrição e interpretação das feições e na representação dos dados. Os estágios combinam a função didática de treinamento, que enfoca habilidades afetas ao mapeamento geológico, com a função investigativa, que envolve identificação de problemas e definição de estratégias para resolvê-los. A transposição didática promove a transformação dos aportes conceituais e metodológicos derivados da atividade científica em conteúdos de ensino, que são difundidos e incorporados à formação de muitas gerações de geólogos brasileiros.
Palavras Chave
Centro de Geologia; Geociências; Estágio; Atividades de Campo; Mapeamento Geológico.

Classificações

Nível escolar
Ensino Superior
Área do conteudo
Geociências
Foco Temático
Conteúdo-Método