Revisitando a Sala de Aula: Uma Reflexão Muito Além das Práticas e Ações na Formação de Professores para o Ensino de Física.
Título
Revisitando a Sala de Aula: Uma Reflexão Muito Além das Práticas e Ações na Formação de Professores para o Ensino de Física.
Revisitando a Sala de Aula: Uma Reflexão Muito Além das Práticas e Ações na Formação de Professores para o Ensino de Física.
Autor
Doralice Bortoloci Ferreira
Doralice Bortoloci Ferreira
Orientação
Alberto Villani
Alberto Villani
Instituição
USP
USP
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Ano
2001
2001
Cidade / UF
São Paulo/SP
São Paulo/SP
Dependência Administrativa:
Estadual
Estadual
Resumo
Esse trabalho analisou um curso optativo, para um grupo de futuros professores de matemática que desejavam assumir aulas de física, que permitisse a ocorrência de mudanças cognitivas (a evolução na articulação de conceitos de maneira estruturada) e subjetivas (uma nova relação com a física) possibilitando ainda ao grupo maior segurança no seu desempenho como professor. Durante o trabalho houve, ainda, a verificação de alguns impasses sofridos pela professora/pesquisadora em sala de aula e que poderiam resultar em uma possível mudança metodológica na sua prática. Ao final do curso novas possibilidades de explicação foram necessárias, levando-se em conta as indagações e situações que a professora colocou para sua reflexão durante todo o trabalho. A física é uma disciplina que dificilmente seduz os alunos, que declaram abertamente sua antipatia por ela. Essa situação é agravada levando-se em conta que , devido à falta absoluta de professores de física, professores de outras áreas irão assumir essas aulas. Surge então um desafio que consiste em ajudar estes alunos na superação de suas dificuldades para assumirem estas aulas. Nesse contexto, surgiu a possibilidade de um curso extracurricular que abordasse tópicos de física de interesse do grupo de alunos e, ao mesmo tempo, permitisse a introdução de novas metodologias e teorias de aprendizagem. A escolha do grupo recaiu sobre um dos temas mais importantes da física moderna, a teoria da relatividade. A característica principal deste curso foi que o grupo de alunos voluntário respondesse às suas questões sobre o tema, buscando a compreensão dos conceitos a partir de todos os meios e informações disponíveis. Para a consecução destes objetivos, a pesquisa-ação foi a metodologia de pesquisa adequada, já que pressupõe ações coletivas com o objetivo de resolver problemas, ou efetuar algum tipo de transformação nos envolvidos. A verificação da aprendizagem dos alunos, neste trabalho, foi feita focalizando suas mudanças, cujos aspectos cognitivos foram avaliados a partir da teoria da aprendizagem significativa de Ausubel. Porém, o ponto mais relevante foi a modificação da relação destes alunos com a física e, com seu ensino, que evoluíram a ponto de, ao final do curso, já estarem em sala de aula lecionando física ou desejando fazer uma nova licenciatura, desta vez em física. No que concerne à resolução dos impasses em sala de aula, a professora efetuou uma análise dos fatores emocionais que ela inconsientemente levava ou instaurava em sala de aula, buscando aspectos que poderiam ter alguma significância para o entendimento de sua trajetória pessoal no processo. Concluiu, por isso, que deveria efetuar uma mudança profunda envolvendo não só as suas ações e visões de aprendizagem, mas uma nova aceitação sua como uma pessoa que deveria tentar algo novo, ousar, e ter coragem de recomeçar ou mudar. Só assim poderia controlar os fatores adquiridos e incorporados ao longo dos anos de prática e que deveriam ser deslocados da interação. As análises que a psicologia já introduziu sobre o conhecimento da criança que compõem os currículos dos professores em formação, e que dá conta apenas de uma parte da interação professor/aluno, talvez devesse ser complementada com conhecimento pessoal mais profundo que uma possível leitura psicanalítica dos gestos do professor poderia fornecer.
Esse trabalho analisou um curso optativo, para um grupo de futuros professores de matemática que desejavam assumir aulas de física, que permitisse a ocorrência de mudanças cognitivas (a evolução na articulação de conceitos de maneira estruturada) e subjetivas (uma nova relação com a física) possibilitando ainda ao grupo maior segurança no seu desempenho como professor. Durante o trabalho houve, ainda, a verificação de alguns impasses sofridos pela professora/pesquisadora em sala de aula e que poderiam resultar em uma possível mudança metodológica na sua prática. Ao final do curso novas possibilidades de explicação foram necessárias, levando-se em conta as indagações e situações que a professora colocou para sua reflexão durante todo o trabalho. A física é uma disciplina que dificilmente seduz os alunos, que declaram abertamente sua antipatia por ela. Essa situação é agravada levando-se em conta que , devido à falta absoluta de professores de física, professores de outras áreas irão assumir essas aulas. Surge então um desafio que consiste em ajudar estes alunos na superação de suas dificuldades para assumirem estas aulas. Nesse contexto, surgiu a possibilidade de um curso extracurricular que abordasse tópicos de física de interesse do grupo de alunos e, ao mesmo tempo, permitisse a introdução de novas metodologias e teorias de aprendizagem. A escolha do grupo recaiu sobre um dos temas mais importantes da física moderna, a teoria da relatividade. A característica principal deste curso foi que o grupo de alunos voluntário respondesse às suas questões sobre o tema, buscando a compreensão dos conceitos a partir de todos os meios e informações disponíveis. Para a consecução destes objetivos, a pesquisa-ação foi a metodologia de pesquisa adequada, já que pressupõe ações coletivas com o objetivo de resolver problemas, ou efetuar algum tipo de transformação nos envolvidos. A verificação da aprendizagem dos alunos, neste trabalho, foi feita focalizando suas mudanças, cujos aspectos cognitivos foram avaliados a partir da teoria da aprendizagem significativa de Ausubel. Porém, o ponto mais relevante foi a modificação da relação destes alunos com a física e, com seu ensino, que evoluíram a ponto de, ao final do curso, já estarem em sala de aula lecionando física ou desejando fazer uma nova licenciatura, desta vez em física. No que concerne à resolução dos impasses em sala de aula, a professora efetuou uma análise dos fatores emocionais que ela inconsientemente levava ou instaurava em sala de aula, buscando aspectos que poderiam ter alguma significância para o entendimento de sua trajetória pessoal no processo. Concluiu, por isso, que deveria efetuar uma mudança profunda envolvendo não só as suas ações e visões de aprendizagem, mas uma nova aceitação sua como uma pessoa que deveria tentar algo novo, ousar, e ter coragem de recomeçar ou mudar. Só assim poderia controlar os fatores adquiridos e incorporados ao longo dos anos de prática e que deveriam ser deslocados da interação. As análises que a psicologia já introduziu sobre o conhecimento da criança que compõem os currículos dos professores em formação, e que dá conta apenas de uma parte da interação professor/aluno, talvez devesse ser complementada com conhecimento pessoal mais profundo que uma possível leitura psicanalítica dos gestos do professor poderia fornecer.
Palavras Chave
ensino de física/ professor/ pesquisador/ aprendizagem
ensino de física/ professor/ pesquisador/ aprendizagem
Classificações
Nível escolar
Ensino Superior
Ensino Superior
Área do conteudo
Física
Física
Foco Temático
Formação de Professores
Formação de Professores