A formação de educadores sexuais: possibilidades e limites.

Título
A formação de educadores sexuais: possibilidades e limites.
Autor
Mary Neide Damico Figueiró
Orientação
Celestino Alves da Silva Junior
Instituição
UNESP
Grau de Titulação
Doutorado
Unidade / Setor
Faculdade de Filosofia e Ciências
Ano
2001
Cidade / UF
Marília/SP
Dependência Administrativa:
Estadual
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo refletir sobre a formação continuada de professores voltada para atuação positiva e humanizadora em Educação Sexual, buscando compreender o processo de construção do saber e do saber-fazer docente em Educação Sexual, no cotidiano escolar. A reflexão se fez com base no estudo de caso da experiência de formação de educadores realizada na Universidade Estadual de Londrina/PR (UEL). Tal experiência foi composta de dois momentos. No primeiro, foram desenvolvidos Grupos de Estudos, em 1997, nos quais participaram professores de várias escolas públicas. Foram formados três grupos de vinte elementos casa, aproximadamente, que se reuniam, uma vez por semana, para estudar sobre Educação Sexual. No segundo momento, 1998, 10 professores e um professor, que haviam participado da etapa anterior, passaram a integrar o Mutirão Orientador, encontro quinzenal que se realizava na Universidade, onde recebiam supervisão para o trabalho prático e davam continuidade aos estudos, debates e reflexões em grupo. O critério para integrar-se ao mesmo era desenvolver um programa de Educação Sexual junto a crianças e adolescentes. Como resultado geral, oito professores obtiveram êxito, conseguindo desenvolver um programa e três atenderam parcialmente a exigência, apresentando dificuldades. A reflexão em torno do processo de formação continuada dos que tiveram êxito, assim como dos que não obtiveram, trouxe contribuições para o entendimento do objeto de estudo desta tese. Um ano após o encerramento do Mutirão Orientador, os integrantes voltaram a ser entrevistados, individualmente, a fim de se verificar o quanto conseguiram realizar e avançar em sua prática pedagógica. Foi constatado que, de nove professores (pois duas haviam se aposentado no final de 98), apenas duas professoras conseguiram desenvolver um programa sistemático de ensino da sexualidade, em sua escola. No entanto, descobriu-se junto a todos, várias possibilidades do saber e do saber-fazer docente em educação sexual, no espaço cotidiano da prática escolar que contribuíram para o desenvolvimento pessoal e profissional de cada professor, assim como para o processo de construção da identidade profissional do coletivo docente. Foram constatados também fatores limitantes ao processo, os quais estavam ligados a questões pessoais, ou à peculiaridade da profissão docente e/ou ao contexto de trabalho. Um segundo estudo de caso foi também inserido: o processo de formação continuada, vivido por uma professora de Escola Estadual, durante a elaboração de sua monografia voltada para o ensino da sexualidade nas aulas de português. Ficou comprovado que, para a eficácia da formação continuada de professores em Educação Sexual, é preciso seguir o modelo reflexivo de formação, no qual são valorizados a experiência, a história de vida, a prática pedagógica, o saber construído pelo professor e o exercício de reflexão em grupo. É importante que o trabalho de formação seja longo e sistemático e que a prática seja acompanhada de assessoria. Conclui-se que as situações de aprendizagem geradas não foram igualmente formativas para todos os professores, assim como não foram igualmente formativas para o mesmo professor, nos seus variados momentos de vida e de trabalho. Os três tipos de saber que cada professor traz consigo (a experiência, o conhecimento da disciplina que ensina e o conhecimento pedagógico) tiveram influência em deu desempenho e foram responsáveis pelos desempenhos diferenciados entre os vários integrantes. Proponho que haja investimentos (ligados ao campo da sexualidade) no desenvolvimento profissional do professor e, sobretudo, no seu crescimento pessoal. Que ele seja considerado como indivíduo para quem a reeducação sexual é importante e necessária e não somente como um meio para se atingir a Educação Sexual dos alunos.
Palavras Chave
educação sexual, sexualidade, formação de professores.

Classificações

Nível escolar
Geral
Área do conteudo
Saúde e Sexualidade
Foco Temático
Formação de Professores