Um estudo da possibilidade de distinção entre Ciência e Tecnologia a partir da concepção de Ciência para racionalistas e relativistas

Título
Um estudo da possibilidade de distinção entre Ciência e Tecnologia a partir da concepção de Ciência para racionalistas e relativistas
Educação Tecnológica
Autor
Rosane Rodrigues Fraga
Orientação
Dácio Guimarães de Moura
Instituição
CEFET-MG
Grau de Titulação
Mestrado
Unidade / Setor
PPG - Educação Tecnológica
Ano
2000
Cidade / UF
Belo Horizonte/MG
Dependência Administrativa:
Federal
Resumo
Este trabalho se propõe discutir a possibilidade de distinguir a Ciência da Tecnologia, a partir das teses racionalistas e relativistas. Parte-se do fato de que, no discurso do senso comum ou mesmo das comunidades científicas, costuma-se separar Ciência de Tecnologia, distinguindo assim, teoria de prática. Nessa visão, a Ciência é tida como objetiva e neutra, a Tecnologia como comprometida, ficando a Ciência isenta de julgamentos e dos controles social e político. Essa visão é problematizada, procurando-se discutir se é legítimo fazer a referida separação. Mostra-se que a visão separatista é decorrente das demarcações da Ciência elaboradas pelas correntes cientificistas, entre elas o racionalismo, analisando os problemas decorrentes dessa concepção "tradicional" e discutindo a alternativa constituída pelas teses relativistas. Considera-se que esclarecimentos sobre essa questão podem ser úteis para a formulação de políticas de Ciência e Tecnologia (C&T), para avaliadores de C&T; gestores públicos; para a Educação através do enriquecimento de uma crítica epistemológica; para o cidadão por evidenciar um espaço para a participação democrática e defesa dos seus direitos frente aos impactos da C&T. Assim, a dissertação pode ser inserida como contribuição aos fundamentos e críticas sociais do campo interdisciplinar sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Trata-se de uma pesquisa teórico-explicativa, tendo como referência o campo das Ciências Naturais, analisando o "racionalismo-dedutivista-falsificacionista" de Popper e Lakatos em contraposição à posição relativista de Kuhn e Feyerabend apoiados pelos sociólogos Barnes e Bloor. Percebeu-se, com base nas duas vertentes pesquisadas, que, nos contextos da descoberta e da aplicação, a Ciência não é neutra ou objetiva. Nesse momento, é uma construção social, recheada de interesses. Se essa construção, no contexto da justificação, consegue ser purificada, não se sabe, pois os critérios propostos pelos racionalistas não são conclusivos. O resultado mostra uma Ciência com uma racionalidade discutível, com o ser da Ciência totalmente entrelaçado com a sociedade.
Palavras Chave
Filosofia da Ciências; Neutralidade da Ciência; Ciência; Tecnologia; Epistemologia.

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Filosofia da Ciência