AIDS, qual seu significado nos livros didáticos

Título
AIDS, qual seu significado nos livros didáticos
Autor
Priscila Caroza Frasson
Orientação
Luzia Marta Bellini
Instituição
UEM
Grau de Titulação
Mestrado
Ano
2006
Cidade / UF
Maringá/PR
Dependência Administrativa:
Estadual
Resumo
Os manuais didáticos foram instituídos nas escolas com o objetivo de dinamizar o trabalho docente. Contudo, para os professores, estes livros normatizam os conhecimentos tornando-os muitas vezes, conteúdos que abandonam a riqueza dos conhecimentos científicos e os argumentos dos cientistas. Isso ocorre, pois os livros didáticos pretendem tornar os argumentos das ciências em argumentos mais pedagógicos. Nesse sentido, esta pesquisa fundamentou-se na retórica e no contexto argumentativo das lições sobre Aids e HIV de 10 livros didáticos utilizados no ensino médio. O tema “Aids, o que dizem os livros didáticos” foi elaborado no sentido de analisar a linguagem destes 10 livros texto de ensino médio, enfocando a teoria da argumentação e os recursos para a argumentação como as figuras de estilo, de sentido, de palavras e de pensamento. O problema de pesquisa foi: como ocorre a transposição dos argumentos presentes no conhecimento científico sobre Aids/HIV para os manuais didáticos Quais as relações entre os argumentos científicos e os didáticos Quais os problemas científicos encontrados na passagem dos conceitos sobre o tema Aids/HIV para os conceitos escolares Em termos de procedimentos metodológicos foram analisadas as figuras de estilo, de sentido, de palavras e de pensamento e os argumentos que estas constituíam sobre a Aids/HIV. Analisaram-se também as imagens. Nos 10 livros didáticos analisados “o que se diz sobre a Aids”, se escreve sob a forma de argumentos de onipotência, argumento por exemplo, causal e por reciprocidade. Os argumentos de onipotência são os mais utilizados: A Aids é apresentada ao leitor (auditório) como uma “doença” fatal, letal, que é um “mal” “inserido” pelos vírus nos organismos e provoca uma “luta interna” no corpo, sempre vencida pelos vírus. Os resultados indicam que, de modo geral, os livros didáticos não trazem os argumentos científicos ao conhecimento dos alunos. Definem Aids como doença e não como síndrome, não destacam a atuação do sistema imunológico, não discutem o papel das células T4, não trazem imagens corretas da estrutura do vírus HIV e não estabelecem modelo científico que apresenta os conhecimentos experimentais sobre a Aids/HIV. O movimento do discurso científico ao pedagógico, de transposição dos conceitos sobre os conhecimentos acerca da Aids/HIV, faz com que a linguagem didática dos textos analisados, em parte, permaneça com argumentos não científicos. A linguagem dos textos analisados fica entre o senso comum e o científico, sendo que o senso comum é mais convincente do que os dados e o modelo científico.
Palavras Chave
AIDS, HIV, livro didático, teoria da argumentação.

Classificações

Nível escolar
Ensino Médio
Área do conteudo
Biologia
Foco Temático
Recursos Didáticos