Um estudo sobre a argumentação no RPG nas aulas de Biologia.

Título
Um estudo sobre a argumentação no RPG nas aulas de Biologia.
Autor
Roberto Shiniti Fujii
Orientação
Odisséa Boaventura de Oliveira
Instituição
UFPR
Grau de Titulação
Mestrado
Unidade / Setor
Setor de Educação
Ano
2010
Cidade / UF
Curitiba/PR
Dependência Administrativa:
Federal
Resumo
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa de cunho qualitativo que visa a analisar a argumentação dos alunos do Ensino Médio e Superior num jogo de RPG envolvendo uma temática relacionada ao ensino de biologia. Desde Aristóteles houve um declínio dos estudos da argumentação por conta de trabalhos que a viam como despida de seriedade e descompromissada com a honestidade do discurso. Em meados do século XX, os filósofos Toulmin, Perelman e Olbrechts-Tyteca publicaram trabalhos que trouxeram os estudos sobre a argumentação novamente à ciência, como fundamentais para a construção do discurso. Por fim, na década de 70, van Eemeren e Grootendorst notaram a importância da teoria da argumentação como elemento pragmático e dialético indispensável no contexto social. Com bases nesses estudos, o olhar se voltou ao estado da arte na Educação. As pesquisas sobre a argumentação no Ensino de Ciências demonstram que a escola ainda não promove adequadamente o desenvolvimento da argumentação científica por desconhecimento do professor de sua importância dentro das disciplinas científicas. Por outro lado, se fez um levantamento sobre o jogo de interpretação de personagens (Role-playing Game – RPG) historicamente e as consequências sobre o seu uso na Educação. Poucos trabalhos foram encontrados sobre o uso do RPG no ensino de ciências. Diante dessas perspectivas, foi aplicada uma aventura construída segundo as categorias de Vogler (1997), primeiramente em uma turma de 3º ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública de ensino do Paraná e, depois, em uma turma de graduandos da Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná. Essa aventura é uma viagem no tempo, onde os personagens voltam acidentalmente para a Londres de 1928 e devem retornar para a época inicial. Nessa empreitada, impedem que Fleming descubra a penicilina e isso muda a linha do tempo. Os alunos devem decidir através da argumentação, consertar ou não as ações temporais. Ambas as aplicações foram gravadas em VHS e transcritas. Utilizando as condições da Teoria Pragmadialética de van Eemeren e Grootendorst (2004) para análise dos dados, concluímos que o jogo incentiva o desenvolvimento da argumentação a partir da fala dos participantes com hábitos culturais e sociais reconhecidamente maiores pelo grupo, os quais ganham autoridade para decidirem os rumos do enredo. Tal condição coloca o RPG como um jogo de cooperatividade relativa, pois os jogadores com maior autoridade podem se utilizar de técnicas persuasivas para obter a adesão dos demais jogadores para ações que não refletem, necessariamente, uma decisão coletiva.
Palavras Chave
argumentação, Role-playing Game, jogos cooperativos.

Classificações

Nível escolar
Ensino Médio, Ensino Superior
Área do conteudo
Biologia
Foco Temático
Conteúdo-Método