O funcionamento de textos divergentes sobre Energia com alunos de Física. A leitura no ensino superior

Título
O funcionamento de textos divergentes sobre Energia com alunos de Física. A leitura no ensino superior
Autor
José Luis Michinel Machado
Orientação
Maria Jose Pereira Monteiro de Almeida
Instituição
UNICAMP
Grau de Titulação
Doutorado
Unidade / Setor
Faculdade de Educação
Ano
2001
Cidade / UF
Campinas/SP
Dependência Administrativa:
Estadual
Resumo
Na origem deste estudo está meu desacordo com a maneira como a noção de Energia e outras que são constitutivas de sua estrutura conceitual são trabalhadas nos livros didáticos de Física para a educação superior. Está também a compreensão de que o texto escrito é apenas um dos fatores de desenvolvimento de conhecimento pelo aluno, em uma relação que implica as condições de produção da leitura. Neste trabalho me questiono se a divergência é um mediador didático que, exposto através da leitura, pode ativar deslocamentos conceituais, que permitam reconstrução conceitual da noção de Energia pelos alunos. Busca-se compreender o funcionamento da leitura de textos divergentes sobre a Energia por estudantes de Física e promover deslocamentos nas suas significações dessa noção. O critério para a seleção dos textos, pensados como mediadores neste trabalho, foi que promovessem a divergência própria da atitude crítica. A diversidade de textos está relacionada à Física Clássica e aos trabalhos de Prigogine, os quais apontam para uma racionalidade que repensa o papel do tempo na Física. A perspectiva de Bachelard auxiliou-nos a compreender o desenvolvimento do conhecimento científico, com a proposta do conceito-estrutura de perfil epistemológico, ampliado por Mortimer no seu conceito de perfil conceitual, que engloba aspectos ontológicos. As formulações teóricas de Vygotski, relacionadas com o desenvolvimento conceitual no indivíduo, ajudaram-me no entendimento dos processos de mediação simbólica e social que ocorrem na sala de aula. A análise de discurso, como explanada por Pêcheux e Orlandi, foi básica para compreender a dinâmica e o funcionamento social da linguagem, em particular as interlocuções produzidas em uma relação polêmica, no espaço da aula universitária. Introduzir a divergência, via leitura e discussão de textos, catalisadas por processos de mediação social e simbólica, possibilitou a ação de um discurso polêmico que confrontou a tendência parafrástica do discurso pedagógico e que gerou deslocamento de significações, o que permitiu aos alunos a re-significação dos conceitos. Também foram identificadas condições de produção da leitura, próprias desse espaço educativo universitário.
Palavras Chave
Leitura; Textos divergentes; Energia; Ensino de física; Educação

Classificações

Nível escolar
Ensino Superior
Área do conteudo
Física
Foco Temático
Formação de Conceitos