Aula de ciências em uma unidade de conservação: um desafio da complexidade

Autor
Marta Bouissou de Moraes

Orientação
Oto Neri Borges

Grau de Titulação
Mestrado

Unidade / Setor
Faculdade de Educação

Cidade / UF
Belo Horizonte/MG

Dependência Administrativa:
Federal

Resumo
Museus e centros de ciência e tecnologia, jardins botânicos e zoológicos, bem como Unidades de Conservação (UCs) têm sido procurados com freqüência crescente por grupos de escolares. O ambiente enfocado neste estudo, o Parque das Mangabeiras, é muito visitado por esses grupos. São investigados aspectos associados ao uso pedagógico dessa UC a partir de dois grupos de sujeitos: I) professores que realizaram aulas de Ciências no Parque das Mangabeiras; e II) professores que, apesar da aparente facilidade para fazê-lo, optaram por não realizar aulas de Ciências no Parque das Mangabeiras. Do primeiro grupo foram investigadas, entre julho e outubro de 2000, seis professoras que realizaram visita ao Parque das Mangabeiras com suas turmas. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e individuais nas vésperas da visita e logo após a realização desta. A visita também foi acompanhada. Do segundo grupo foram entrevistadas, entre maio e junho de 2000, sete professoras de uma escola situada em área contígua à do Parque e que, apesar dessa localização da instituição em que trabalham, não realizam aulas na UC. A análise dos dados sugere que o uso de UCs presta-se bem a abordagens que considerem os seres e fenômenos em sua complexidade. Para uma abordagem diferente, a riqueza de elementos e de interações entre eles parece atuar como um ruído desorganizador e pouco informativo. Parece-nos que existe uma diferença paradigmática entre esses dois grupos de professores, aqueles que realizam aulas de campo em Unidades de Conservação, e aqueles que optam por não fazê-lo. Compõe essa diferença a aproximação entre os primeiros e o Pensamento da Complexidade, e um afastamento entre os segundos e esse corpo de idéias. A compreensão do papel das aulas de campo em unidades de conservação para o ensino de Ciências, para a qual este estudo visa contribuir, pode proporcionar subsídios para a inclusão mais freqüente, mais informada e menos ativista destas atividades nos programas de cursos. Além disso, a reflexão sobre como os professores se relacionam com o Pensamento da Complexidade pode lançar luz sobre eventos da sala de aula.

Palavras Chave
Aula de ciências, conservação, complexidade