Biodiversidade e museus de ciências: um estudo sobre transposição museográfica nos dioramas.

Título
Biodiversidade e museus de ciências: um estudo sobre transposição museográfica nos dioramas.
Autor
Adriano Dias de Oliveira
Orientação
Martha Marandino
Instituição
USP
Grau de Titulação
Mestrado
Unidade / Setor
Instituto de Física/Instituto de Química/Instituto
Ano
2010
Cidade / UF
São Paulo/SP
Dependência Administrativa:
Estadual
Resumo
O estudo em questão teve como principal objetivo analisar como o tema biodiversidade, no que diz respeito à forma em como é conceituado e a valores a ele atribuído, aparece nos dioramas de exposições de museus de ciências. Para tal, a pesquisa visou à compreensão dos processos de transformação do discurso científico para o discurso expositivo, tendo como referencial teórico o conceito de transposição didática, aqui entendida como transposição museográfica. O foco em biodiversidade deve-se as proporções que o termo ganhou nas últimas décadas, em que o mesmo sobrepujou os limites científicos, sendo incorporados novos significados a ele, e que por sua vez vem exigindo estratégias educacionais diferenciadas dos locais que objetivam utilizá-lo como instrumento de articulação em educação para ciência. Os motivos que nos conduziram a delinear este trabalho encontram-se nos questionamentos sobre o tema biodiversidade e de como um espaço educativo, em especial os museus, abordam-no fazendo uso de um dos seus objetos expositivos mais tradicionais, os dioramas. Foram selecionados para esta pesquisa dois museus nacionais – Museu de História Natural Capão da Imbuia e Museu de Ciências e Tecnologia da PUC/RS – onde foram analisados dois dioramas de cada um. Por se configurar como uma pesquisa qualitativa a coleta de dados se deu por meio de entrevistas a cientistas que investigam a biodiversidade e a um responsável de cada museu estudado, observação dos dioramas e análise documental. Para a fundamentação da análise foram criadas, a partir do referencial teórico sobre biodiversidade e transposição museográfica, as seguintes categorias divididas em dois grupos: níveis de biodiversidade: genética, de espécies e de ecossistemas; valores de biodiversidade: econômico, ecológico e de conservação. Em termos gerais identificamos que os dioramas e seus textos apresentam similaridades ao abordar a biodiversidade. As categorias de níveis de espécies e de ecossistemas predominam nessas montagens, provavelmente decorrente da histórica relação dos dioramas com a ecologia. Contudo, é importante destacar que os textos centralizam suas informações apenas nos animais, e que nenhuma espécie de planta é mencionada neles. Em um dos dioramas foi identificado elementos referentes às categorias de valores de biodiversidade. A partir da fala dos entrevistados dos museus e do que foi observado nos dioramas, verificamos que os fatores que implicam para que algumas de nossas categorias não tenham sido encontradas esteja relacionado a questões museológicas e museográficas. Dados como esses revelam a existência de diferentes campos de conhecimentos, na noosfera museal, presentes no processo de elaboração dos dioramas. Por fim, entendemos que este trabalho reforça a eficiência dos dioramas em retratar a biodiversidade ao público dos museus de ciências, além de contribuir com um método de descrição desses objetos expositivos para futuras pesquisas.
Palavras Chave
biodiversidade, dioramas, transposição didática, transposição museográfica, educação em museus.

Classificações

Nível escolar
Geral
Área do conteudo
Biologia
Foco Temático
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