Análise da proposta curricular da disciplina Biologia para o ensino público do Distrito Federal e de sua inserção no currículo de segundo grau da FEDF.

Autor
Alexandre Rodrigues de Oliveira

Orientação
Dóris Santos de Faria

Grau de Titulação
Mestrado

Unidade / Setor
Faculdade de Educação

Cidade / UF
Brasília/DF

Dependência Administrativa:
Federal

Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar a estrutura curricular da disciplina Biologia do 2º grau e verificar sua real contribuição para a formação e informação dos alunos. Analisou-se o programa de Biologia da antiga proposta curricular da Fundação Educacional do Distrito Federal - FEDF, datada de 1986, e o novo programa de Biologia desta mesma instituição, proposto em 1995. O referencial para comparação foi o estudo feito por Krasilchik (1988) sobre os objetivos e conteúdos dos programas de Biologia do Brasil, o qual serviu de base para a formulação do modelo de análise que consta neste trabalho. O Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília - P.A.S. - foi incluído neste estudo por estar terminando por substituir não somente a atual proposta da FEDF, como também os programas das escolas particulares do Distrito Federal. Como último aspecto, foi ainda levantada, por meio de questionários, a opinião dos professores de Biologia da FEDF, com mais de 2 anos de experiência nesta instituição (n=53), a respeito desses três programas. Os resultados mostraram que, entre os três programas analisados, a nova proposta da FEDF, além de mostrar-se mais adequada quanto a aspectos formativos e informativos, apresentou melhor distribuição dos conteúdos ao longo das três séries, minimizando ou eliminando problemas relacionados aos alunos recém-saídos do 1º grau. Esta proposta permite a realização de atividades diversificadas que contribuem para a formação do aluno em termos de novos hábitos e atitudes saudáveis para sua vida. Destaca-se na nova proposta da FEDF sua possibilidade de integração com as demais disciplinas do 2º grau, sobretudo as ciências naturais, o que constitui uma tendência no ensino atual. Como ponto negativo, a nova proposta mostra-se demasiadamente ligada às exigências do vestibular. Alguns conteúdos que poderiam ser reduzidos ou até mesmo abolidos não o foram devido aos condicionantes deste exame. A antiga proposta de Biologia da FEDF e o programa do P.A.S. mostraram-se bastante similares quanto aos conteúdos. O programa do P.A.S. revelou-se, portanto, um retrocesso, pois pouco satisfaz às perspectivas de ensino mais atualizadas, tais como a redução de conteúdo, a integração disciplinar e o ensino formativo. Ainda que sua contribuição seja a introdução de assuntos como drogas e sexualidade na grade programática, por si só, a inclusão de novos conteúdos no programa não é garantia de seu cumprimento; o compromisso do professor com a execução do programa (e.g. escolas particulares - vestibular) é o que determina a execução dos conteúdos. A opinião dos professores de Biologia da FEDF, entre inúmeros aspectos, apresentou uma inclinação favorável à nova proposta da FEDF. Contudo, o surgimento do P.A.S., sua implantação irreversível e, sobretudo, seu caráter inovador como forma de acesso ao ensino superior, condicionou a opinião dos professores a favor deste programa. Os argumentos deles contra e a favor do P.A.S. foram evasivos, o que reflete a implantação abrupta deste novo programa. Mostrou-se, ainda, que a integração disciplinar é um fator fundamental para o resgate da identidade do 2º grau como um nível de ensino de caráter formativo e informativo. O ensino superior não deve ser a única perspectiva do ensino médio. A revisão dos programas disciplinares com vistas a um ensino integrado e ao mesmo tempo formativo e informativo para o educando mostra-se imprescindível nas reformulações curriculares.

Palavras Chave
proposta curricular; avaliação, concepções de professores.