A estética da (in)sensibilidade e o neoliberalismo em Educação: um estudo sobre as propostas dos PCN-EM de utilização da História da Ciência no ensino de Física.

Educação para a Ciência

Autor
Renato Pirani

Orientação
João José Caluzi

Grau de Titulação
Mestrado

Unidade / Setor
Faculdade de Ciências

Cidade / UF
Bauru/SP

Dependência Administrativa:
Estadual

Resumo
Neste trabalho, fizemos uma leitura crítica das propostas pedagógicas dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio, no intuito de desvelar o papel ideológico desse documento no que tange a adequação da escola pública a nova (des)ordem econômica neoliberal, que transformou a educação em bem de consumo, de modo que a escola passa a ser o locus privilegiado de formação de trabalhadores adequados às novas demandas do mercado e da produção pós-taylorista (Primeira Parte). O uso da História da Ciência como um instrumental coadjuvante no Ensino de Ciências, tem sido assinalado pelos pesquisadores em Ensino de Ciências como uma ferramenta didática que facilita a aprendizagem de conceitos científicos. Por outro lado, há aqueles que pugnam em sentido contrário, elencando uma série de problemas concernentes ao seu uso. De modo que, analisamos as propostas dos PCN/EM - no tópico "Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias" - de utilização da História da Ciência no Ensino de Física, procurando sobretudo desvelar as dificuldades não consideradas nessa tarefa de contextualização histórica do conhecimento científico. Neste sentido, procedemos a uma reconstrução histórica da ciência, a partir da Historiografia da Ciência no período que vai de Henry More a Isaac Newton, ou seja, um curto período que oferece o ensejo a duas abordagens sobre História da Ciência: a primeira, aquela defendia por Rossi (1989; 1992; 2001), Merton (1997) e Hessen (1992) entre outros, que procura salientar o desenvolvimento da produção e da atividade científica a partir das condições técnicas, socioeconômicas e materiais de cada época, em cujo seio se processa o "fazer científico", e uma outra, defendida por Abrantes (1998), Schenberg (2001), Burtt (1983) e Koyré (1986) entre outros, cujo enfoque se dá sobre o horizonte metafísico, filosófico e espiritual, em cujo âmbito se processo o "pensar científico". O objetivo deste trabalho é então, evidenciar, através desse processo de reconstrução histórica, as possibilidades de se pensar a historiografia da ciência, a fim de subsidiar pesquisadores que trabalham o processo de inserção da História da Ciência no Ensino de Ciências, sobretudo, quando se trata de contextualizar a ciência e a atividade científica com a sua respectiva base de produção socioeconômica, sócio-política e filosófico-metafísica - tarefa essa, não considerada na proposta de contextualização do conhecimento científico dos PCN/EM. Merece considerar que entre esse "fazer científico" e o "pensar cientifico", há uma relação dialética. (Segunda Parte).

Palavras Chave
Economia da Educação; Ensino de Física, História da Ciência; PCN.