Perfil conceitual de adaptação: uma ferramenta para a análise de discurso de salas de aula de Biologia em contextos de ensino de evolução.
Título
Perfil conceitual de adaptação: uma ferramenta para a análise de discurso de salas de aula de Biologia em contextos de ensino de evolução.
Perfil conceitual de adaptação: uma ferramenta para a análise de discurso de salas de aula de Biologia em contextos de ensino de evolução.
Autor
Claudia de Alencar Serra e Sepulveda
Claudia de Alencar Serra e Sepulveda
Orientação
Charbel Niño El-Hani
Charbel Niño El-Hani
Instituição
UFBA
UFBA
Grau de Titulação
Doutorado
Doutorado
Unidade / Setor
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Ano
2010
2010
Cidade / UF
Salvador/BA
Salvador/BA
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
Neste trabalho, avaliamos o potencial heurístico de um modelo de perfil conceitual de adaptação como ferramenta teórico-metodológica para investigação de situações de ensino e aprendizagem de evolução a partir de uma perspectiva sociocultural. Em particular, nós investigamos como o perfil conceitual pode ser empregado para modelar a produção de significados ao longo de interações discursivas em salas de aula de Ciências. A partir do exame dialógico de informações advindas de estudos epistemológicos e históricos, da literatura sobre concepções alternativas, de dados obtidos em entrevistas e questionários com estudantes do ensino médio e do ensino superior, e da análise de alguns episódios de ensino de evolução, construímos um modelo de perfil conceitual de adaptação constituído por quatro zonas: funcionalismo intra-orgânico, ajuste providencial, perspectivas transformacionais e perspectivas variacionais. Este modelo inicial de perfil de adaptação foi aplicada, de modo integrado à estrutura analítica do discurso desenvolvida por Mortimer e Scott, à análise discursiva de episódios de ensino de evolução, produzidos ao longo de uma unidade didática sobre a teoria darwinista da seleção natural, em uma turma do terceiro ano do ensino médio. Os dados produzidos a partir desta análise nos levaram a concluir que: (1) a caracterização dos compromissos epistemológicos e ontológicos das quatro zonas de nosso modelo inicial se mostrou suficiente para modelar a heterogeneidade de modos de pensar sobre adaptação em salas de aula de biologia do ensino médio; (2) este modelo, quando empregado de modo integrado à estrutura analítica de Mortimer e Scott, tornou possível descrever, em termos semânticos, linguísticos e sociais, os contextos discursivos em que há negociação de significados em torno de diferentes modelos explicativos para a mudança evolutiva, assim como àqueles em que se construiu uma univocidade em direção a perspectiva darwinista. Para aumentar o poder heurístico deste modelo, propusemos uma caracterização enunciativa para cada uma de suas quatro zonas, a partir da identificação de modos típicos de falar sobre o conceito de adaptação. Estes modos de falar são descritos em termos da noção de linguagem social de Bakhtin e de formas típicas de enunciados produzidos na significação do conceito de adaptação, ao longo das interações discursivas em sala de aula. Nós também discutimos algumas implicações de nosso trabalho para o programa de pesquisa em perfis conceituais, no que diz respeito: (1) à metodologia de construção de modelos de perfil conceitual; e (2) ao papel desempenhado pelos compromissos epistemológicos e ontológicos que fundamentam modos de pensar que são geneticamente anteriores àquele representativo da perspectiva da ciência escolar no que concerne à apropriação da linguagem social da ciência pelos estudantes.
Neste trabalho, avaliamos o potencial heurístico de um modelo de perfil conceitual de adaptação como ferramenta teórico-metodológica para investigação de situações de ensino e aprendizagem de evolução a partir de uma perspectiva sociocultural. Em particular, nós investigamos como o perfil conceitual pode ser empregado para modelar a produção de significados ao longo de interações discursivas em salas de aula de Ciências. A partir do exame dialógico de informações advindas de estudos epistemológicos e históricos, da literatura sobre concepções alternativas, de dados obtidos em entrevistas e questionários com estudantes do ensino médio e do ensino superior, e da análise de alguns episódios de ensino de evolução, construímos um modelo de perfil conceitual de adaptação constituído por quatro zonas: funcionalismo intra-orgânico, ajuste providencial, perspectivas transformacionais e perspectivas variacionais. Este modelo inicial de perfil de adaptação foi aplicada, de modo integrado à estrutura analítica do discurso desenvolvida por Mortimer e Scott, à análise discursiva de episódios de ensino de evolução, produzidos ao longo de uma unidade didática sobre a teoria darwinista da seleção natural, em uma turma do terceiro ano do ensino médio. Os dados produzidos a partir desta análise nos levaram a concluir que: (1) a caracterização dos compromissos epistemológicos e ontológicos das quatro zonas de nosso modelo inicial se mostrou suficiente para modelar a heterogeneidade de modos de pensar sobre adaptação em salas de aula de biologia do ensino médio; (2) este modelo, quando empregado de modo integrado à estrutura analítica de Mortimer e Scott, tornou possível descrever, em termos semânticos, linguísticos e sociais, os contextos discursivos em que há negociação de significados em torno de diferentes modelos explicativos para a mudança evolutiva, assim como àqueles em que se construiu uma univocidade em direção a perspectiva darwinista. Para aumentar o poder heurístico deste modelo, propusemos uma caracterização enunciativa para cada uma de suas quatro zonas, a partir da identificação de modos típicos de falar sobre o conceito de adaptação. Estes modos de falar são descritos em termos da noção de linguagem social de Bakhtin e de formas típicas de enunciados produzidos na significação do conceito de adaptação, ao longo das interações discursivas em sala de aula. Nós também discutimos algumas implicações de nosso trabalho para o programa de pesquisa em perfis conceituais, no que diz respeito: (1) à metodologia de construção de modelos de perfil conceitual; e (2) ao papel desempenhado pelos compromissos epistemológicos e ontológicos que fundamentam modos de pensar que são geneticamente anteriores àquele representativo da perspectiva da ciência escolar no que concerne à apropriação da linguagem social da ciência pelos estudantes.
Palavras Chave
perfil conceitual, adaptação, análise discurso, ensino de evolução..
perfil conceitual, adaptação, análise discurso, ensino de evolução..
Classificações
Nível escolar
Ensino Médio
Ensino Médio
Área do conteudo
Biologia
Biologia
Foco Temático
Conteúdo-Método
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