Situações argumentativas no ensino de ciências da natureza: um estudo de práticas de um professor em formação inicial em uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos.
Título
Situações argumentativas no ensino de ciências da natureza: um estudo de práticas de um professor em formação inicial em uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos.
Situações argumentativas no ensino de ciências da natureza: um estudo de práticas de um professor em formação inicial em uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos.
Autor
Ana Paula Souto Silva
Ana Paula Souto Silva
Orientação
Danusa Munford
Danusa Munford
Instituição
UFMG
UFMG
Grau de Titulação
Mestrado
Mestrado
Unidade / Setor
Faculdade de Educação
Faculdade de Educação
Ano
2010
2010
Cidade / UF
Belo Horizonte/MG
Belo Horizonte/MG
Dependência Administrativa:
Federal
Federal
Resumo
A presente pesquisa teve como objetivo caracterizar como um professor em formação inicial usa a linguagem para influenciar os processos que podem promover aprendizagem em situações argumentativas espontâneas ou planejadas em aulas de Ciências da Natureza na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além de procurar identificar quais são os saberes docentes mobilizados ou transformados nessas situações. Para contextualizar e fundamentar esse problema de pesquisa foi apresentada uma revisão não exaustiva da literatura, que evidenciou a importância da linguagem e da argumentação para os processos de ensino-aprendizagem em Ciências e a necessidade de conhecer melhor as práticas de professores em formação inicial durante as situações argumentativas. Explicitou também a tendência do campo de formação docente em pesquisar os saberes e conhecimentos dos professores que são mobilizados na prática. Outro aspecto encontrado, as pesquisas do campo da Educação em Ciências focam no produto da argumentação, usando o modelo de Toulmin. Entretanto, esse referencial não se mostrou apropriado para responder nosso problema de pesquisa, que está relacionado ao processo da argumentação. Dessa forma, foi necessário apoiar-se em outro referencial teórico-metodológico, Pragma-dialética, que possibilitou analisar em detalhes, turno de fala a turno de fala, as situações argumentativas. Além disso, utilizou-se como lógica de investigação a perspectiva etnográfica, embasada na Etnografia Interacional que possibilitou analisar o contexto em que essas situações estavam inseridas (princípio-chave: perspectiva holística), conhecer a perspectiva dos participantes com relação a essas situações (princípio-chave: perspectiva êmica) e contrastar as situações argumentativas para tornar visíveis aspectos que estavam invisíveis quando analisamos essas situações isoladamente (princípio-chave: perspectiva contrastiva). Essa perspectiva também orientou a seleção dos participantes, a coleta e a análise dos dados. Com relação aos resultados dessa pesquisa percebeu-se que o fato de o professor-licenciando adotar uma postura dialógica, possibilita que a argumentação, a partir da Pragma-dialética, passe a ser presente nas salas de aula de ciências, principalmente, de forma espontânea. Essa postura se materializou na forma como o professor-licenciando usou a linguagem, abrindo a discussão, através de perguntas que estimularam a participação e posicionamento dos alunos jovens e adultos. Entretanto, por serem perguntas antagônicas ao ponto de vista deles também funcionaram como estratégias para direcionar a discussão a favor do ponto de vista da ciência escolar. Além disso, foi possível perceber que quando as diferenças de opinião principais se mantiveram implícitas, esse diálogo foi dificultado, pois o professor-licenciando não tinha consciência do aspecto central da dificuldade de compreensão dos alunos, consequentemente, foi mais difícil criar condições para a construção do conhecimento. Esse aspecto pode ter implicações para a formação de professores, pois se os docentes passarem a compreender que os alunos podem seguir lógicas diferentes da lógica da Ciência, podem criar condições para que essa lógica se torne visível para o grupo e assim identificar os pontos de diálogo entre o conhecimento científico e o social, aumentando as chances de aprendizagem.
A presente pesquisa teve como objetivo caracterizar como um professor em formação inicial usa a linguagem para influenciar os processos que podem promover aprendizagem em situações argumentativas espontâneas ou planejadas em aulas de Ciências da Natureza na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além de procurar identificar quais são os saberes docentes mobilizados ou transformados nessas situações. Para contextualizar e fundamentar esse problema de pesquisa foi apresentada uma revisão não exaustiva da literatura, que evidenciou a importância da linguagem e da argumentação para os processos de ensino-aprendizagem em Ciências e a necessidade de conhecer melhor as práticas de professores em formação inicial durante as situações argumentativas. Explicitou também a tendência do campo de formação docente em pesquisar os saberes e conhecimentos dos professores que são mobilizados na prática. Outro aspecto encontrado, as pesquisas do campo da Educação em Ciências focam no produto da argumentação, usando o modelo de Toulmin. Entretanto, esse referencial não se mostrou apropriado para responder nosso problema de pesquisa, que está relacionado ao processo da argumentação. Dessa forma, foi necessário apoiar-se em outro referencial teórico-metodológico, Pragma-dialética, que possibilitou analisar em detalhes, turno de fala a turno de fala, as situações argumentativas. Além disso, utilizou-se como lógica de investigação a perspectiva etnográfica, embasada na Etnografia Interacional que possibilitou analisar o contexto em que essas situações estavam inseridas (princípio-chave: perspectiva holística), conhecer a perspectiva dos participantes com relação a essas situações (princípio-chave: perspectiva êmica) e contrastar as situações argumentativas para tornar visíveis aspectos que estavam invisíveis quando analisamos essas situações isoladamente (princípio-chave: perspectiva contrastiva). Essa perspectiva também orientou a seleção dos participantes, a coleta e a análise dos dados. Com relação aos resultados dessa pesquisa percebeu-se que o fato de o professor-licenciando adotar uma postura dialógica, possibilita que a argumentação, a partir da Pragma-dialética, passe a ser presente nas salas de aula de ciências, principalmente, de forma espontânea. Essa postura se materializou na forma como o professor-licenciando usou a linguagem, abrindo a discussão, através de perguntas que estimularam a participação e posicionamento dos alunos jovens e adultos. Entretanto, por serem perguntas antagônicas ao ponto de vista deles também funcionaram como estratégias para direcionar a discussão a favor do ponto de vista da ciência escolar. Além disso, foi possível perceber que quando as diferenças de opinião principais se mantiveram implícitas, esse diálogo foi dificultado, pois o professor-licenciando não tinha consciência do aspecto central da dificuldade de compreensão dos alunos, consequentemente, foi mais difícil criar condições para a construção do conhecimento. Esse aspecto pode ter implicações para a formação de professores, pois se os docentes passarem a compreender que os alunos podem seguir lógicas diferentes da lógica da Ciência, podem criar condições para que essa lógica se torne visível para o grupo e assim identificar os pontos de diálogo entre o conhecimento científico e o social, aumentando as chances de aprendizagem.
Palavras Chave
argumentação, pragma-dialética, formação docente, EJA.
argumentação, pragma-dialética, formação docente, EJA.
Classificações
Nível escolar
Os dados são insuficientes para classificação.
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Área do conteudo
Geral
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Foco Temático
Características do Professor
Características do Professor