Programas de Educação Científica para estudantes de baixa renda de ensino médio em encontros de Sociedades Científicas Brasileiras.

Título
Programas de Educação Científica para estudantes de baixa renda de ensino médio em encontros de Sociedades Científicas Brasileiras.
Autor
Cristiane Ribeiro de Sousa
Orientação
Mauricio Roberto Motta Pinto da Luz
Instituição
FIOCRUZ
Grau de Titulação
Mestrado
Ano
2006
Cidade / UF
Rio de Janeiro/RJ
Dependência Administrativa:
Federal
Resumo
Em décadas recentes, a produção científica brasileira apresentou um crescimento marcante, caracterizado pelo aumento no número de doutores, de publicações em periódicos internacionais e de publicações por pesquisador. O número de matrículas no Ensino Básico também cresceu de modo significativo nesse período. Esses fatores, entre outros, criam cenário no qual existe demanda potencial por atividades de divulgação da produção científica nacional. Entretanto, os recursos para a realização da divulgação ou educação são escassos. Nesse contexto, as iniciativas de programas de divulgação científica em espaços não-formais de ensino podem complementar as atividades desenvolvidas nas escolas, classificadas como instituições formais de educação. Muitas propostas de educação não-formal buscam aproximações com as práticas da pesquisa científica, mas a interação direta com pesquisadores durante suas atividades são raras. O objetivo do presente trabalho foi descrever a implementação e avaliar programas de educação científica para alunos de ensino médio (EM) nos encontros anuais de duas sociedades científicas da área biológica: Sociedades Brasileiras de Bioquímica e Biologia Molecular, Microscopia e Microanálise. Esses programas ocorreram nos anos de 2003 e 2004 e envolveram a participação de estudantes de EM nas atividades gerais dos encontros (painéis, conferências etc.) bem como em atividades específicas (cursos e palestras), apresentadas exclusivamente para eles. A avaliação se baseou em trabalhos anteriores de nosso grupo, consistindo em entrevistas e questionários preenchidos pelos alunos durante e cinco meses após os eventos. A maior parte dos alunos era oriunda de famílias com baixa escolaridade e de baixa renda, que possivelmente têm pouco acesso a bens culturais e a iniciativas de educação científica fora da escola. A análise dos dados permitiu demonstrar que, geralmente, as atividades específicas foram classificadas como mais compreensíveis e interessantes do que as atividades gerais. Entretanto as avaliações para as atividades gerais foram positivas. Além disso, a aquisição da informação científica, cinco meses após os eventos, ocorreu tanto nas atividades específicas quanto nas atividades gerais. Tais resultados são notáveis, se considerarmos que as atividades gerais eram voltadas para estudantes de graduação e de pós-graduação, assim como, para os pesquisadores. Esses resultados são especialmente importantes no caso dos painéis, pois o período de visitação a cada trabalho durava pouco tempo. Durante os congressos, realizávamos uma seleção prévia e sugeríamos atividades gerais para os alunos frequentarem. A partir da análise dos dados, verificamos que eles seguiram as nossas sugestões, que eles também desenvolveram critérios próprios para participar das atividades gerais. Os resultados apontam para a validade desse tipo de programa, dado o elevado interesse e a aquisição de conhecimentos. Nossos dados destacam a importância de iniciativas similares em parcerias com outras sociedades científicas, principalmente, se considerarmos os baixos custos dos programas.
Palavras Chave
Educação Científica; Educação Não-Formal; Divulgação Científica.

Classificações

Nível escolar
Ensino Médio
Área do conteudo
Biologia
Foco Temático
Organização da Inst. Não-Escolar